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– 21-04-2004 |
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UE / Alargamento : Hungria, de insubordinado do Leste a país desenvolvidoA Hungria, que adere a 01 de Maio à União Europeia (UE), transformou-se, após a queda do comunismo, em 1989, numa sólida democracia parlamentar e numa economia de mercado competitiva, semelhante à dos países ocidentais. Situada no coração da Europa central e com um território que se estende até à Ucrânia, a Hungria, o mais insubordinado dos países do antigo bloco comunista – onde uma revolução foi esmagada pelo exército soviético em 1956 – transformou completamente a sua economia, aproximando a sua estrutura de produção da dos países mais desenvolvidos. Actualmente, o sector dos serviços representa quase 65 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), a indústria 30 por cento e a agricultura os restantes cinco por cento. Um dos países da Europa central onde as reformas se verificaram mais rapidamente, a Hungria é o único dos 10 novos Estados aderentes a ter um excedente comercial com os Quinze. A economia húngara está amplamente privatizada (telecomunicações, banca, televisão) e beneficiou durante a década de 90 de um importante fluxo de investimento directo estrangeiro, tendo, entre os 10 novos países membros, a mais elevada taxa de criação de empresas. Após a especulação de que foi alvo em 2003 a moeda nacional, o forint (um euro equivale a cerca de 250 forints), a Hungria adiou, entretanto, para 2010 a sua entrada para a zona euro. Segundo o embaixador da Hungria em Lisboa, Janos Balla, a adesão ao euro é uma prioridade para o país, mas, para tal, "é necessário cumprir os critérios (de convergência) de Maastricht", o que, considera, que "não será fácil". Por isso, o governo decidiu que o melhor seria atrasar a entrada na União Monetária, para não sofrer um "choque financeiro", explicou o diplomata. O país é também a sede de várias empresas que se deslocalizaram, implantando-se no estrangeiro, de sectores como a banca, o petróleo e produtos farmacêuticos. A indústria automóvel é outro sector florescente no país, bem como a indústria electrónica, sobretudo as tecnologias de desenvolvimento das principais marcas de telemóveis, referiu. De acordo com o embaixador, existem, obviamente, riscos de nova deslocalização das empresas, mas "são essas as regras do capital, isso não tem nada a ver com o alargamento". Dominados durante muito tempo pela dinastia austríaca dos Habsburgo e aliados dos alemães nas duas guerras mundiais, os húngaros consideram a sua entrada na UE como a última etapa da sua integração no Ocidente. No referendo sobre a adesão à UE, realizado em Abril de 2003, os eleitores húngaros manifestaram-se maciçamente pelo "sim", que alcançou 84 por cento dos votos. "A sociedade húngara é muito pró-europeia. Aliás, em toda a Europa central podemos verificar que a sociedade civil tem uma expectativa provavelmente maior do que a dos actuais Estados membros (Ó) não só de bem-estar ou de viver melhor – que é o que toda a gente quer -, mas também relacionada com a importância política da entrada na UE", explicou. "Com esta integração, a Europa central regressa aos valores europeus gerais que sempre partilhou: a democracia, o respeito dos direitos humanos. Infelizmente, não tivemos a sorte, durante os 50 anos de Guerra Fria, de estar do outro lado da Europa, na Europa ocidental", comentou o embaixador. O governo de centro-esquerda do primeiro-ministro Peter Medgyessy considera que pertencer à UE contribuirá para resolver o problema dos 3,5 milhões de húngaros que ficaram fora das fronteiras da Hungria e vivem actualmente nos países vizinhos (Eslováquia, Roménia, Sérvia e Montenegro, Ucrânia, Croácia e Eslovénia). Estas minorias húngaras são, 84 anos após terem sido separadas do seu país, testemunhas de uma época em que a Hungria tinha perto de 300 mil quilómetros quadrados, em vez dos actuais menos de 100 mil. Historicamente, os húngaros culpam a França por ter levado ao desmembramento do país, com a assinatura do Tratado de Trianon, em 1920, pelo qual esta perdeu dois terços do seu território e metade da sua população. A questão da "Grande Hungria" foi um assunto tabu durante o regime comunista, mas "já não é necessário falar dela, porque a Europa alargada resolverá a questão", com o progressivo esbatimento das fronteiras, declarou recentemente o chefe do executivo. Nesse sentido, Budapeste colocou como condição na Convenção Europeia, para a adopção do Tratado Constitucional, a introdução no texto de uma referência ao reconhecimento da importância do respeito pelos direitos das minorias nacionais e étnicas. "Para nós, esta questão é a primeira das prioridades", sublinhou o embaixador húngaro em Lisboa. Quanto às restrições recentemente impostas pela maioria dos Quinze à livre circulação de trabalhadores dos novos Estados membros, pelo menos nos dois primeiros anos de adesão, Janos Balla disse lamentar que tal aconteça. "Essa é uma questão muito sensível. Não é bom sinal na altura da adesão vir dizer que não se vão abrir as portas, apesar de os motivos serem compreensíveis, sobretudo em casos como os da Alemanha e da Áustria, países mais próximos, que se confrontam com elevados níveis de desemprego", defendeu. Segundo o diplomata, a questão da livre circulação tem uma importância sobretudo simbólica, já que, como salientou, "na Hungria não existe, em geral, o fenómeno da emigração". "Os húngaros vivem na Hungria, não deixam o seu país", por duas razões: a economia é forte e sólida (o crescimento do PIB ronda os três ou quatro por cento), o desemprego atinge níveis muito baixos, de cerca de quatro ou cinco por cento, e há mesmo falta de mão-de- obra, disse. Não é, por isso, previsível que haja muitos húngaros a abandonar o país para ir trabalhar noutros, concluiu. País onde foi descoberta a vitamina C e inventado o cubo mágico e onde se produz o "tokay", conhecido como o rei dos vinhos e o vinho dos reis, a Hungria tem ainda uma longa tradição cultural. Conquistou 13 prémios Nobel, entre os quais o Nobel da Literatura 2002, Imre Kertesz, e foi o berço de compositores como Franz Liszt, Bela Bartok e Zoltan Kodaly.
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