Estudo europeu revela que o uso de óleo derivado de camelina geneticamente modificada melhora o perfil nutricional da truta arco-íris sem afetar o seu crescimento ou bem-estar.
Uma investigação conduzida na Escócia e na Noruega demonstrou que trutas arco-íris alimentadas com uma dieta à base de óleo de camelina geneticamente modificada apresentaram níveis significativamente mais elevados de ácidos gordos Omega 3, sem comprometer o crescimento ou o bem-estar dos animais.
A camelina (Camelina sativa), planta da família das crucíferas — que inclui o brócolo, a couve-flor e a mostarda — tem vindo a ser utilizada tradicionalmente para a produção de óleo vegetal. Recentemente, cientistas modificaram geneticamente a planta para produzir EPA, DHA e astaxantina, compostos benéficos para a saúde humana e animal.
Durante um ensaio de dez semanas, investigadores do Instituto de Investigação Marinha (IMR) da Noruega, em colaboração com a Rothamsted Research e a Universidade de Stirling, avaliaram o impacto desta alimentação inovadora em trutas arco-íris. Os resultados revelaram que os peixes alimentados com óleo de camelina transgénica atingiram o mesmo peso que os do grupo de controlo e apresentaram um aumento relevante nos níveis de Omega 3 de cadeia longa, fundamentais para a saúde cardiovascular e neurológica.
Apesar de os filetes das trutas mostrarem uma pigmentação ligeiramente inferior, devido à ausência de astaxantina sintética, não foram detetadas alterações na capacidade de natação nem nos níveis de stress dos animais. Tal indica que a nova dieta não compromete o bem-estar das trutas.
A investigação reforça a segurança do uso de óleos derivados de culturas transgénicas, comparável ao que já foi observado com a canola modificada. O estudo, apoiado por instituições científicas europeias, aponta para uma solução sustentável e segura para a aquicultura moderna, contribuindo para a redução da pressão sobre os recursos marinhos e promovendo sistemas alimentares mais eficientes.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.