Trinta representantes da EUROCASTANEA apresentaram recentemente ao Parlamento Europeu as muitas mais-valias da Rede Europeia da Castanha.
No dia 4 de dezembro, representantes do setor da castanha de França, Portugal, Espanha, Itália e Áustria tiveram a oportunidade de apresentar os pontos fortes e fracos dos produtores europeus de castanha aos membros do Parlamento. A Eurodeputada italiana Pina Picierno, que acolheu o evento, destacou a importância dos pomares de castanheiros e a sua ocupação dos territórios rurais, focando também o elevado valor nutritivo desta fruta em particular e o forte potencial da sua interessante composição sem glúten.
Os outros eurodeputados que usaram da palavra na reunião para partilhar as suas opiniões em apoio do setor europeu da castanha foram os portugueses Isabel Carvalhais e Álvaro Amaro, assim como o italiano Paolo de Castro. Todos concordaram com a multifuncionalidade do castanheiro, quer como árvore de fruto quer como árvore de madeira. As suas intervenções sublinharam que os pomares de castanheiros são essenciais na paisagem rural porque as árvores crescem frequentemente onde nenhuma outra produção pode ser colhida. Os pomares contribuem também para a luta contra as alterações climáticas graças ao seu papel determinante no sequestro de carbono (carbono armazenado e fluxo) na biomassa lenhosa. Além disso, os eurodeputados observaram que os velhos castanheiros albergam uma biodiversidade excecional nas suas cavidades.
Estes factos estão bem pormenorizados no Livro Branco da Castanha europeia, um relatório publicado pela Eurocastanea e pela AREFLH que foi apresentado durante a reunião e que identifica todos os ativos, desafios e dados de mercado da produção de castanha em toda a Europa.
Os produtores de castanha presentes na reunião aproveitaram a oportunidade para partilhar com os representantes da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu a importância de promover programas de investigação para combater as pragas que causam danos importantes à produção. Jean-Louis Moulon, Vice-Presidente da AREFLH, mencionou a criação para breve de um grupo de trabalho dentro da organização dedicado especificamente aos desafios que se colocam aos frutos com casca (castanhas, nozes, avelãs, etc.).
Os produtores insistiram igualmente na sua vontade de relançar a produção de castanha, plantando 40 000 ha de árvores, a fim de recuperar os níveis de produção dos anos 60 (400 000 toneladas) através de ações fortes, proativas e coordenadas entre os países produtores.
No seu discurso sobre as oportunidades económicas para o setor da castanha, Luc Berlottier, membro da Comissão Europeia (DG AGRI), chamou a atenção da audiência para dois instrumentos principais que estão atualmente à disposição dos produtores: os programas de promoção da UE, cujos orçamentos aumentaram nos últimos anos, e a OCM das frutas e produtos hortícolas, com os seus programas operacionais.
Em conclusão, há ainda muito a fazer do lado do produtor para relançar o consumo de castanha e aumentar a produção. No entanto, como salientou a eurodeputada Isabel Carvalhais nas suas observações finais, o setor europeu da castanha tem demonstrado até agora um forte grau de resiliência, mas deve ser apoiado através do planeamento da produção, do investimento económico e da investigação e inovação.