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– 23-03-2005 |
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Seca : Portugal deve prevenir mais do que mitigar efeitos da secaBeja, 22 Mar O especialista Lu�s Pereira considerou que as popula��es e as autoridades t�m tratado o problema da seca como se cada ano fosse um caso isolado, sem aprender com os erros nem aplicando os conhecimentos nos anos seguintes. "Este � um fen�meno c�clico, apesar de aleatério, mas temos vivido, em Portugal, em rela��o �s secas, nunca de acordo com o ciclo hidrol�gico, mas obedecendo a um ciclo hidro-il�gico", frisou, com ironia, Lu�s Pereira, durante um semin�rio em Beja. O mesmo especialista em matéria de hidrologia, que foi um dos oradores do encontro "Aprender com a seca deste ano – Prepara��o para as secas e mitiga��o dos seus efeitos", garantiu que esse "ciclo hidro-il�gico" traduz-se no facto de, apenas quando a seca está instalada, "as pessoas desatarem a preocupar-se". "Depois, ficam atrapalhad�ssimas porque não t�m �gua e, por fim, entram em púnico. At� que chove! A partir da�, j� está, na pr�xima seca, logo se v�. Pois v�, está-se vendo", frisou. Segundo defendeu na sua interven��o, o fen�meno da seca deve passar a ser encarado, no Pa�s, "em termos de preven��o" e não apenas ao nível. da mitiga��o dos impactos que provoca "nas estruturas produtivas, na vida das pessoas e no ambiente". "Por aquilo que tenho percebido, através dos jornais e das televis�es, hoje em Portugal todos querem mitigar e ningu�m quer prevenir. Pudera, a preven��o não paga do ponto de vista pol�tico e, por isso, ningu�m quer implementar esse tipo de medidas", criticou. S� que, alertou Lu�s Pereira, caso não haja uma visão integrada ao nível. da preven��o, que envolva Também um consenso sobre "o que de facto � uma situa��o de seca" entre as diferentes entidades intervenientes na tem�tica da �gua, as medidas mitigadoras dos impactos "não valem de nada". "A gestáo da seca passa pela monitoriza��o e alerta precoce, pela avalia��o e gestáo dos riscos e dos impactos e, s� depois, pela mitiga��o e resposta a esses �ltimos", argumentou o especialista, garantindo que Portugal "não precisa de grupos de trabalho" mas sim de "um sistema permanente de observa��o" do fen�meno. além disso, o docente do Instituto Superior de Agronomia sustentou Também que a actual seca que assola grande parte do territ�rio nacional "não vai desaparecer antes das chuvas do próximo Inverno". "não � poss�vel. O nosso clima � este e não outro", frisou, revelando ainda que, j� em Junho do ano passado, no ambito da Esta��o Agron�mica Nacional, tinha alertado para a exist�ncia de uma situa��o de seca no Alentejo. "Disseram-me que não se podia falar em seca por causa do turismo, o que a mim não me interessa nada, e não utilizaram essa informação", revelou. Por seu turno, a representante do Instituto de Meteorologia (IM), F�tima Espôrito Santo, Também foi cr�tica na sua interven��o, lembrando que o primeiro alerta para a situa��o de seca foi dado, por aquela instituição, a 22 de Dezembro �ltimo. "Depois, s� a 31 de Janeiro � que reuniu a Comissão de Gestáo das Albufeiras e, a seguir, � que foi criado o grupo de acompanhamento", frisou. "O alerta, dentro do poss�vel, foi atempado. Se tivesse sido bem utilizado no tempo, ter-se-iam evitado alguns dos problemas que, neste momento, existem", sublinhou F�tima Espôrito Santo, assumindo-se como defensora de "maior coordena��o e integra��o" das várias entidades que actuam no ambito da gestáo dos recursos h�dricos. A especialista argumentou ainda que a presente seca � "uma das mais graves dos �ltimos 25 anos" e que o cen�rio não vai alterar-se com a chuva ca�da nos �ltimos dias. "As previs�es apontam Também para precipita��o na quarta e sexta-feira, sobretudo no Norte. Contudo, essas regi�es não v�o sair da seca e muito menos as do Sul", asseverou, mostrando-se surpreendida, não pela seca acontecer, mas "por as pessoas ainda se surpreenderem quando esta ocorre". De acordo com o �ltimo relatério quinzenal do Instituto da �gua (INAG), cerca de 60 por cento do territ�rio de Portugal continental está em situa��o de "seca extrema", enquanto o restante territ�rio está em "seca severa" e "seca moderada".
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