A IA está a apoiar o trabalho de cientistas, investigadores e guardas florestais em tarefas vitais. Com sistemas que usam algoritmos e modelos para aprender, entender e adaptar-se, é geralmente capaz de fazer o trabalho de centenas de pessoas, obtendo resultados mais rápidos, baratos e eficazes.
Os conservacionistas estão a virar-se cada vez mais para a inteligência artificial (IA) como uma solução tecnológica inovadora para enfrentar a crise da biodiversidade e, assim, mitigar as alterações climáticas. Desde acompanhar a perda de água até à localização de baleias, existem hoje várias maneiras de ajudar a comunidade científica a enfrentar um dos maiores desafios do século XXI, segundo o “The Guardian”.
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Acompanhar a perda de água
O Brasil perdeu mais de 15% das suas águas superficiais nos últimos 30 anos: o rio Negro — um dos dez maiores do mundo em volume, perdeu 22% e a porção brasileira do Pantanal, a maior área húmida tropical do mundo, perdeu 74%. Só foi possível identificar a dimensão desta crise em agosto de 2021 com a ajuda da IA e de Machine learning (ML).
O projeto MapBiomas, da WWF, divulgou os resultados após processar mais de 150 mil imagens de satélite recolhidas entre 1985 e 2020. Sem esta tecnologia, não seria possível analisar as mudanças de água em todo o país na escala e no nível de detalhes necessários.
“Sem a tecnologia de IA e ML, nunca saberíamos o quão séria era a situação, muito menos teríamos os dados para convencer as pessoas. Agora podemos tomar medidas para enfrentar os desafios que essa perda de água de superfície representa para a incrível biodiversidade e comunidades do Brasil”, disse Cássio Bernardino, da WWF-Brasil.
Contar espécies
Salvar espécies à beira da extinção na bacia do Congo, a segunda maior floresta tropical do mundo, é uma praticamente impossível apenas com […]