Portugal possui uma enorme riqueza de Recursos Genéticos Animais, traduzida em 52 raças autóctones de espécies pecuárias e 11 raças de canídeos, oficialmente reconhecidas, estando a maioria destas em risco de extinção. As referidas raças fazem parte do património histórico e cultural do país, contribuem para a fixação de populações em zonas rurais desfavorecidas, para a preservação de sistemas de produção sustentáveis, sendo muitas vezes fatores identitários de comunidades locais.
A biodiversidade genética que estas raças encerram, a sua resiliência e adaptação a condições de exploração difíceis, são de uma enorme mais valia nacional para enfrentar os desafios emergentes, entre eles, a mitigação das alterações climáticas e desertificação humana de parte do interior rural de Portugal.
Importa, pois, promover a preservação e a divulgação das raças autóctones, bem como o desenvolvimento de programas de conservação que permitam a salvaguarda deste rico, mas ameaçado, património genético. Nesse sentido, foi inaugurado em 2010 no Polo de Inovação da Fonte Boa do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), localizado no Vale de Santarém, o Banco Português de Germoplasma Animal (BPGA), o qual tem como objetivos a conversação ex-situ das raças autóctones portuguesas, pela manutenção de sémen, embriões, células somáticas e ADN das referidas raças nacionais.
Apesar da sua inegável riqueza e importância para Portugal, grande parte do público, em geral, não conhece as raças autóctones nacionais, as tradições culturais e gastronómicas inerentes ao mundo rural em que são criadas e as ameaças que enfrentam, não obstante os esforços e programas científicos e técnicos levados a cabo por Instituições Nacionais e Privadas no sentido da sua conservação e melhoramento genético.
Numa ótica de transdisciplinaridade entre Ciência, Biodiversidade e Sociologia, entendeu-se que o recurso a formas lúdicas e artísticas seria uma forma eficaz para dar visibilidade, capacitar e consciencializar os cidadãos acerca dum património que é de todos. Assim, o Polo de Inovação de Santarém do INIAV pretende levar a cabo um Concurso Fotográfico, aberto a nível nacional, numa parceria com a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), Sociedade Portuguesa de Recursos Genéticos Animais (SPREGA), a Associação Portuguesa e Engenharia Zootécnica (APEZ), o Clube Português de Canicultura (CPC), a Ruralbit (empresa que presta assessoria a Associações de Raças Autóctones e respetivos Livros Genealógicos) e o Instituto Português de Fotografia (IPG).
O Concurso Fotográfico, será publicitado nunca antes de quatro meses antes do término, que será em data a concertar, e terá como tema ‘RAÇAS AUTÓCTONES PORTUGUESAS – Conservar a biodiversidade’.
Serão abertas as seguintes modalidades:
- Asininos (2 raças)
- Bovinos (16 raças)
- Canídeos (11 raças)
- Caprinos (6 raças)
- Equinos (4 raças)
- Galináceos (4 raças) e perus (1 raça)
- Ovinos (16 raças)
- Suínos (3 raças)
Fique atento ao site do INIAV para saber mais.
O artigo foi publicado originalmente em Rede Rural Nacional.