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– 14-02-2005 |
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Quioto : Absor��o de carbono de tr�s tipos de floresta estudada em PortugalLisboa, 14 Fev Estas iniciativas inserem-se num projecto europeu que pretende avaliar quais os tipos de floresta com maior capacidade para absorver o di�xido de carbono, segundo explicou em entrevista � agência Lusa o especialista Jo�o Santos Pereira, professor de ecologia no Instituto Superior de Agronomia. A capacidade da floresta em reter o di�xido de carbono (CO2) tem sido denominada como "sumidouro de carbono" no ambito do Protocolo de Quioto para combater as altera��es clim�ticas, acordo que entra em vigor na quarta-feira. A floresta consegue absorver CO2 através do processo de fotoss�ntese feito pelas plantas que, ao contrário dos seres humanos e animais, ret�m di�xido de carbono e libertam oxig�nio. Segundo Jo�o Santos Pereira, não � poss�vel dizer taxativamente qual o tipo de floresta que melhor serve como sumidouro de carbono. Em �vora está a ser monitorizado desde 1999 um montado de sobreiros, através de uma torre com 28 metros que mede todo o CO2 que entra e sai no ecossistema. Outro dos sistemas que está a ser monitorizado, desde 2002, � um eucaliptal perto de Peg�es, no distrito de Set�bal. Em Aveiro, come�ou h� cerca de seis meses um projecto para avaliar o comportamento de uma pastagem em termos de reten��o de di�xido de carbono. Os especialistas pensam que a produtividade da pastagem irá ser negativa, emitindo mais carbono do que aquele que fixa, segundo Jo�o Santos Pereira. A principal conclusão dos outros dois projectos até agora � a de que o saldo final da "absor��o" de di�xido de carbono � tr�s a quatro vezes superior no caso do eucaliptal. "Isto em termos de saldo anual. Se fizermos um c�lculo ao fim de 10 anos, o montado fica ainda pior, porque quando � lavrado emite carbono em vez de o fixar", explicou Santos Pereira. "Uns são corredores de fundo, outros são corredores de velocidade. Os eucaliptos estáo no primeiro caso, chegam l� muito depressa, mas Também não chegam muito longe. Os outros, como castanheiros ou sobreiros, podem chegar mais longe mas levam muito mais tempo", comparou. O investigador considerou que Portugal deve optar por ter os diversos tipos de floresta, "sem dizer que h� uma esp�cie melhor que a outra" em termos de sumidouro de carbono. "Temos de desenhar a nossa contribui��o para termos corredores de fundo e corredores de velocidade", disse. No caso de o país querer sumidouros a longo prazo, o professor catedr�tico aconselha a um investimento numa floresta "mais naturalizada", que evite as grandes extens�es de uma s� esp�cie e invista em especies de crescimento mais lento, como sobreiros, carvalhos ou castanheiros. "Mas não � uma solu��o �nica, porque são especies que demoram muito a crescer. O pinheiro e o eucalipto t�m Também o seu papel, porque são muito activos na reten��o do carbono e crescem muito rapidamente", justificou. Jo�o Santos Silva considerou que as florestas enquanto sumidouros de carbono podem ter um papel importante para ajudar Portugal a cumprir Quioto, até porque podem fixar carbono durante cerca de 100 anos. O investigador alertou que os inc�ndios são um dos principais obst�culos ao uso da floresta para este fim. "Temos de ter uma gestáo mais adequada para prolongar a vida da floresta. S� se controlarmos os inc�ndios e o seu impacto � que temos uma boa gestáo florestal e para isso temos de repor as áreas ardidas", sustentou em entrevista � Lusa. Os sumidouros de carbono abrem ainda a hip�tese de neg�cio para os produtores: "será a primeira vez que um servi�o ambiental prestado pelas florestas tem valor comercial e os propriet�rios florestais podem vir a beneficiar disso". "Uma ind�stria que emite di�xido de carbono pode comprar direitos de emissão a um propriet�rio florestal, por exemplo. Os propriet�rios florestais nunca viram os serviços ambientais que prestam, nem os seus resultados. Este pode ser o primeiro servi�o ambiental que pode ser contabilizado e transaccionado", considerou Santos Pereira. O investigador alertou ainda que dever� haver um sistema de controlo e um processo de auditorias para garantir que o neg�cio dos sumidouros de carbono não � fraudulento. Segundo um estudo da Comissão Europeia de 2002, as florestas europeias estáo a absorver entre 10 e 30 por cento do di�xido de carbono emitido anualmente pela ind�stria. O mesmo estudo mostra ainda que 40 por cento do total das emissões de CO2 (não apenas as da ind�stria) são retidas pela vegeta��o.
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