“As nossas exportações são absorvidas maioritariamente pelo mercado brasileiro, britânico, holandês e polaco. É para nós uma prioridade acompanhar estes mercados e garantir a fidelização e ‘engagement’ com a marca”, refere Pedro Lufinha ao JE.
A Quinta da Alorna (QA) prevê fechar 2021 com uma faturação superior a quatro milhões de euros apenas no segmento dos vinhos, que normalmente vale dois terços do volume de negócios da empresa, mas os objetivos a cinco anos são ainda mais ambiciosos. Em entrevista exclusiva ao Jornal Económico, Pedro Lufinha, diretor geral, explica os novos desafios deste produtor agroalimentar, cuja atividade não se resume aos vinhos.
“Em 2021, temos um objetivo de aumentar a faturação de vinhos em cerca de 20%, para os 4,070 milhões de euros. Na exportação, prevemos crescer cerca de 13%, ascendendo a 1,9 milhões de euros”, revela Pedro Lufinha, diretor geral da QA em declarações ao Jornal Económico.
“Apesar de estarmos em plena pandemia, 2020 acabou por ser um ano bastante positivo para a Quinta da Alorna. Em termos de faturação, tivemos um crescimento de 9% face ao ano anterior na área vinhos. Este crescimento resulta sobretudo do aumento de vendas em artigos de preço médio mais baixo, disponíveis nas grandes superfícies. A significativa redução de atividade do canal Horeca (hotéis e restaurantes), quer em Portugal quer no estrangeiro teve, sem dúvida, um forte impacto no nosso negócio pois reduzimos substancialmente as vendas dos nossos vinhos de maior valor acrescentado, nomeadamente os Grande Reserva, Reserva e vinhos de sobremesa”, adianta este responsável.
No entanto, Pedro Lufinha, explica que, “como contrapeso, houve um forte crescimento no canal ‘off trade’ (super e hipermercados) o que fez com que, apesar de todas as condicionantes, o ano de 2020 fosse um ano positivo para a Quinta da Alorna, tendo incrementado as vendas em quantidade em cerca de 24% e em valor em cerca de 9%. No final de 2020, a QA tinha registado um crescimento da faturação de vinhos de cerca de 37% face a 2015.
Por seu turno, “a exportação teve um crescimento de 11,6% em 2020 e representou cerca de 46% das vendas em valor”. Na verdade, a exportação tem sido uma vertente forte da atividade da QA, tendo registado um crescimento de 69% face a 2015, tendo em 2020 ascendido a cerca de 1,7 milhões de euros.
“As nossas exportações são absorvidas maioritariamente pelo mercado brasileiro, britânico, holandês e polaco. É para nós uma prioridade acompanhar estes mercados e garantir a fidelização e ‘engagement’ com a marca. Para além de estarmos a reforçar a presença da QA nos EUA, Rússia e na China, estamos simultaneamente à procura de novos mercados tais como o mercado francês e alemão”, assume Pedro Lufinha.
Estes indicadores positivos resultam também de um investimento contínuo. “Nos últimos cinco anos, investimos cerca de 2,2 milhões de euros. O que norteia os nossos investimentos em inovação e tecnologia é conseguirmos ser ambientalmente mais sustentáveis e podermos aumentar a qualidade dos nossos vinhos. Nesse sentido, a QA tem apostado, cada vez mais, em soluções tecnológicas que permitam que este projeto seja cada vez mais sustentável. Exemplo disso é o investimento feito em seis centrais fotovoltaicas que permitiram produzir cerca de 139% da energia que é consumida na adega”, assinala o diretor geral da QA.
Pedro Lufinha recorda que “há vários anos que temos vindo a investir em equipamentos e sistemas que nos permitam utilizar de forma mais eficiente os recursos escassos, nomeadamente água e energia, e nos permitam desenvolver uma agricultura de precisão, tendo investido em sondas de humidade, variadores de velocidade e caudalímetros para os ‘pivots’ de rega, tractores com autoguiamento, utilização de imagens de satélite com aplicação de filtros NDVI”.
De acordo com o diretor geral da QA, “também em termos de adega, temos investido em tecnologia que nos permite, de forma mais rápida e eficaz, analisar as uvas para sabermos o seu ponto exacto de maturação em função do perfil de vinho que pretendemos produzir e em equipamentos que nos permitem fazer vinificações de quantidades menores, permitindo incrementar significativamente a qualidade dos mostos e consequentemente do produto final”.
“Os nossos enólogos são também muito relevantes neste processo de inovação, na medida em que todos os anos fazem experiências de vinificação, aquando da vindima. São estas experiências que nos permitem ter hoje em carteira algumas novidades que apresentaremos ao longo deste ano e seguintes”, promete Pedro Lufinha.
Nos próximos cinco anos, a QA prevê investir 4,5 milhões de euros, com maior incidência entre 2022 e 2024. Deste investimento global, 48% vão ocorrer na área agrícola, incluindo a vinha, e 43% na área dos vinhos. Para o presente ano, está previsto um investimento de cerca de 525 mil euros, “essencialmente em aumento de capacidade da adega, reforço da qualidade dos vinhos e constante reforço da garantia de qualidade alimentar – estamos a concluir