Investigadores do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro concluem que o aquecimento global futuro pode ser maior e mais grave em termos de impactos climáticos, económicos, ambientais e de saúde pública do que o previsto.
Apesar dos sucessivos recordes de temperaturas elevadas no Ártico e das conclusões claras dos últimos relatórios do Painel Intergovernamental das Alterações Climáticas (IPCC, Intergovernmental Panel on Climate Change) em termos do aquecimento global observado e dos respetivos impactos no clima, ecossistemas, biodiversidade e sociedade, algumas franjas da sociedade civil e, por vezes, também académica mantêm-se relativamente cépticas, classificando como alarmistas as projeções de alterações climáticas do IPCC, realizadas com base em modelos físicos da atmosfera e do sistema climático.
Neste sentido, os investigadores David Carvalho e Alexandra Monteiro do grupo de Modelação dos Processos Atmosféricos do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro lideraram um estudo no qual compararam as projeções de clima futuro que serviram de base para os anteriores relatórios do IPCC (em particular os IV e V relatórios de 2007 e 2014, respetivamente) com o que foi, entretanto, observado. Assim, é possível verificar se as projeções são de algum modo alarmistas ou se, pelo contrário, são conservadoras.
A figura mostra, no painel superior, uma comparação entre o aquecimento médio global do período 2000-2020 e o período de 1980-2000 com base nos dados do relatório de 2007 do IPCC. No painel inferior é feita uma comparação entre o aquecimento médio global do período 2006-2020 e o período de 1986-2005 com base nos dados do relatório de 2007 do IPCC. No painel inferior é […]