Como é sabido, em Portugal o problema dos incêndios está muito relacionado com razões demográficas assim como com as assimetrias territoriais do país e a concentração da população no litoral do país. Desde logo, porque é no interior do País mais despovoado que ocorrem a maioria dos incêndios. O interior do nosso país, despovoado e envelhecido, carece de iniciativas que, a diversos níveis, o revitalizem, sendo necessário repovoar e redinamizar os territórios de baixa densidade, não só em prol da coesão territorial mas também da prevenção de incêndios. Assim, no início da época crítica de incêndios, cabe indagar das medidas implementadas pelo Governo que dão resposta direta preventiva a este problema, nomeadamente, o reforço do modelo de sapadores florestais e o incentivo do uso de biomassa florestal, especialmente proveniente de resíduos resultantes da limpeza e desmatação de terrenos.
Tanto mais que, neste particular, emerge nalgum discurso político a demagogia da culpabilização dos pequenos proprietários florestais e agrícolas, que procuram manter as suas propriedades à custa de enormes sacrifícios, uma vez que delas retiram escassos ou nenhuns rendimentos. Como é sabido, há uma enorme dificuldade por parte destes proprietários para fazer face às inúmeras despesas e impostos sobre essas propriedades. Pelo que caberá ao Estado responder a este problema, criando e disponibilizando a […]