Comissário europeu sublinha: “A agricultura é amiga do ambiente, que seja amigável também para o nosso agricultor”
A prioridade da agenda política do comissário europeu da Agricultura é ter “um novo sistema alimentar na União Europeia”, sustentou Janusz Wojciechowski numa gravação divulgada no mesmo evento onde o Governo apresentou a Agenda de Inovação agrícola para os próximos 10 anos.
“É preciso apostar na resiliência das cadeias alimentares de valor estratégico, protegendo os europeus de disrupções no abastecimento como aconteceu com a covid-19”, especificou num debate sobre “Portugal no futuro, uma visão estratégica para agricultura, alimentação e território”, no encerramento da feira Agroglobal, que decorreu desde quarta-feira no Cartaxo.
“Precisamos de um sistema alimentar sustentável, daí termos definido a estratégia do Prado ao Prato e a estratégia da biodiversidade. Com isso queremos reduzir os produtos químicos prejudiciais, os adubos e os antibióticos, e aumentar a produção de agricultura biológica”, sustentou Janusz Wojciechowski.
Ajudar o consumidor a escolher saudável
O comissário europeu assume que tal objetivo “vai exigir um grande envolvimento e uma grande responsabilidade de todos, do agricultor e do consumidor”. Segure mesmo:”Temos de ajudar o consumidor a fazer escolhas mais amigas da saúde e do ambiente”.
Nesse sentido, assinalou que as negociações para a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) estão a chegar “a um momento crítico”, embora manifeste esperança de que será possível “chegar a um compromisso”.
Garantiu que “a PAC continuará a apoiar os agricultores”, e que até haverá um reforço dos apoios para a agricultura biológica, mas lembrou a importância de se apostar na” bioeconomia, na economia circular e na digitalização”.
Amiga do ambiente
E para que não haja equívocos, sublinhou: “A agricultura é amiga do ambiente, que seja amigável para os nossos agricultores”.
Antes, António Costa Silva, coordenador do Plano de Recuperação Económica do Governo, também tinha lembrado que o contributo da atividade agrícola para a retenção do carbono não é remunerado. Mas, para contrariar a situação, referiu: “Vamos lutar para que os sistemas naturais (agricultura e floresta) tenham um desempenho” e sejam considerados na descarborização. Para tal, defendeu que “as políticas públicas têm de estar alinhadas para que participem nesse sistema”.