A pipa de 100 litros de vinho Madeira que embarcou no Navio-Escola Sagres em 2022 será devolvida ao Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da região na próxima escala no Funchal, prevista para quinta-feira, indicou a Marinha.
“Após 328 dias de embarque e uma viagem ao Brasil e a Cabo Verde, regressa agora ao Funchal a pipa de 100 litros de vinho Madeira, com a convicção de que este vinho se apresente com qualidade e complexidade superiores”, refere o Comando da Zona Marítima da Madeira em comunicado.
O Navio da República Portuguesa (NRP) Sagres deverá escalar o porto do Funchal entre quinta-feira e domingo, no decurso de uma viagem iniciada em 18 de junho rumo à América do Sul, onde vai participar nas celebrações do bicentenário da Marinha da Colômbia, e tem a previsão de navegar durante 73 dias, até ao final de setembro.
Durante a estadia, será devolvida a pipa de 100 litros de vinho Madeira que embarcou em 29 de julho de 2022, no âmbito de uma parceira entre a Marinha Portuguesa e o Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira (IVBAM), recriando a epopeia do “Vinho da Roda”, uma prática datada do século XVII, quando o produto era transportado para as Índias nos porões dos navios.
No decurso destas navegações acontecia, por vezes, que o vinho regressava a Portugal, apresentando uma “qualidade acrescida” e um “benefício objetivo das suas características”.
Foi, então, que tonéis de vinho Madeira passaram a ser enviados regularmente para as Índias, com o objetivo único de promover o seu enriquecimento e a sua valorização, uma prática do século XVII que a Marinha e o IVBAM recriaram com a viagem da pipa de 100 litros ao Brasil e a Cabo Verde entre 2022 e 2023.
O NRP Sagres é um grande veleiro com 90 metros de comprimento, quatro mastros e armação em barca, construído nos estaleiros navais Blohm & Voss, na Alemanha, tendo sido lançado à agua em 30 de outubro de 1937.
Durante a estadia no porto do Funchal, o navio estará aberto a visitas na sexta-feira e no sábado.
O Navio-Escola Sagres é comandado pelo capitão-de-fragata Mário António Fonte Domingues e possui uma guarnição de 97 militares.