Falta de chuva pode ser atenuada através da reutilização e dessalinização, processos atrasados em Portugal
A seca em Portugal não é um problema novo, mas a falta de chuva que este inverno coloca a quase totalidade do país em seca meteorológica (99% em final de janeiro) levanta uma série de questões: faz baixar o armazenamento das albufeiras; obriga a controlar a água que delas se tira para produzir eletricidade ou regar terrenos agrícolas; relembra que tardamos a retirar do papel as soluções para enfrentar uma escassez que se tornará mais recorrente no futuro, devido às alterações climáticas e à falta de uma gestão eficiente deste recurso.
Nos últimos 20 anos, a precipitação diminuiu cerca de 15% e a disponibilidade de água caiu 20%. E, até ao final do século, prevê-se que chova menos 15% a 20% no Norte do país e 25% a 35% no Sul e que secas que aconteciam a cada 10 anos passem a ocorrer três a quatro vezes por década, segundo modelos físico-matemáticos estudados pela equipa do físico da atmosfera Pedro Matos Soares, da Faculdade de Ciências de Lisboa.
Muitas das medidas anunciadas na sequência da seca de 2017 tardam a ser postas em marcha, tais como a reabilitação de barragens para aumentar a sua capacidade e qualidade de armazenamento, os investimentos para reduzir perdas na rede ou o aproveitamento de águas residuais tratadas a partir de 50 estações de tratamento. […]