A Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco, produtora de raças autóctones de ovinos em risco de extinção, em parceria com a Oviger, unidade de abate sedeada em Alcains, reativaram a marca Borrego da Beira e a sua certificação com IGP (Indicação Geográfica Protegida) de forma a valorizar este produto no mercado nacional.
Ante a falta de competitividade face a sistemas mais rentáveis e a raças exóticas puras ou cruzadas, a iniciativa serve de incentivo aos produtores das raças autóctones Merino da Beira Baixa, Churra do Campo e Churra Mondegueira, que em conjunto podem planear épocas de abate da descendência e ganhar escala.
Junto da população, trata-se também de alargar as épocas de consumo de animais com carcaças pequenas mas, pelas suas características organoléticas, muito apreciados na gastronomia em épocas festivas como o Natal ou a Páscoa. Com vista a realizar um estudo sobre a qualidade desta carne, a Estação Zootécnica Nacional procedeu a uma colheita de amostra do musculo longissimus dorsis para análise da sua composição.
Os primeiros borregos certificados, maioritariamente machos, foram abatidos em dezembro último, sendo procedentes do efetivo ovino de Merino da Beira Baixa e Churra do Campo da ESA. Optou-se por preservar as fêmeas enquanto futuras reprodutoras naquele efetivo ou noutros que venham a surgir.
Para além do IPCB, o processo de promoção e conservação destas raças ameaçadas conta com o apoio dos pecuários da região, das associações de produtores e da autarquia do Fundão.