O vereador do Sempre – Movimento Independente, Luís Correia, manifestou hoje a sua preocupação com a possibilidade de Castelo Branco perder a sede da Direção Regional de Agricultura do Centro (DRAPC) para Coimbra.
“É com muita preocupação que assistimos a algumas decisões políticas e que vemos Castelo Branco a definhar ao nível de serviços. [A cidade] está a assistir a uma perda de peso político”, afirmou Luís Correia, durante a sessão pública da Câmara de Castelo Branco.
Segundo o vereador do Sempre, em causa, está a transferência do único serviço regional com autonomia e capacidade de decisão sediado em Castelo Branco (a DRAPC), para Coimbra.
“Somos contra a perda destas competências em Castelo Branco e no concelho. Apelamos hoje à união do executivo no sentido de defender Castelo Branco. Estamos muito preocupados com o caminho que está a ser tomado. Apelamos ao voto contra esta concretização”, salientou Luís Correia.
O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues (PS), sublinhou que a questão relacionada com a DRAPC está relacionada com uma reforma do Estado, que “abrange todo o país e todas as regiões”.
“Não se trata de peso político ou então todos os autarcas são muito levezinhos”, ironizou.
O autarca manifestou a sua concordância com o voto pela defesa da DRAPC em Castelo Branco.
“Estamos perfeitamente de acordo quanto a isso. Mas, não podemos ser demagógicos e reduzir a Castelo Branco um problema que não é de Castelo Branco, mas é nacional. Estamos de acordo quanto à defesa dos serviços em Castelo Branco, mas contra a demagogia”, sustentou.
Luís Correia respondeu ao presidente do executivo socialista e adiantou que as “intervenções efusivas devem ser feitas na defesa de Castelo Branco”.
“Mais uma vez lamento profundamente que, em vez de tomar uma posição na defesa de Castelo Branco, venha tentar justificar. Devíamos estar todos a tomar medidas para defender Castelo Branco. A reorganização, a nível nacional, não justifica que Castelo Branco tenha que perder serviços. Temos a obrigação de defender Castelo Branco e isso não é demagogia”, disse.
O vereador do Sempre relembrou que aquilo que está em causa é que Castelo Branco está em vias de perder um “serviço importantíssimo”, a DRAPC.
“Nunca vamos arranjar justificação para perdermos serviços aqui [no concelho]. Não vamos fazer esse frete ao Governo. Não o fizemos no passado”, concluiu.
Leopoldo Rodrigues voltou a lembrar que se está perante uma reforma a nível nacional, que abrange todas as regiões do país.
“O senhor [Luís Correia] o que vem dizer é que se trata de uma perda de peso [político] em Castelo Branco. O que não consideramos adequado é que venha aqui dizer que Castelo Branco perdeu peso [político] como se fosse um problema de Castelo Branco, quando se trata de uma reorganização nacional. Parece-me desadequado e pouco correto”, frisou.
Por seu turno, Jorge Pio, também vereador do Sempre – Movimento Independente, manifestou-se preocupado com a assunção de competência do município de Castelo Branco no domínio da ação social que irá ocorrer a partir do dia 01 de janeiro de 2023.
“A nossa preocupação é perceber se o executivo está preparado”, disse.
O vereador da oposição realçou o aviso, com caráter de urgência, lançado recentemente pelo executivo socialista, para contratar oito técnicos superiores de ação social.
Esta é uma situação que o deixou preocupado, uma vez que está a chegar o final do ano e tem a perceção de que o município ainda não tem uma estrutura sólida e funcionários para assumir parte dessas competências.
O presidente da Câmara de Castelo Branco procurou tranquilizar o vereador do Sempre e afirmou que este pode ficar “descansado”, já que o executivo está preparado para receber essas competências e dar resposta às exigências.