Crescimento em 2022 decorreu principalmente no Reino Unido, Holanda, Alemanha e Polónia
A Cooperativa Agrícola de Santo Isidro de Pegões terminou 2022 com 24,5 milhões de euros de faturação, recuperando dos desafios do início do ano para o seu negócio, resultantes da escassez de matérias-primas subsidiárias devido ao conflito que deflagrou no início do ano no leste europeu. Segundo Jaime Quendera, diretor-geral da Adega de Pegões, 2022 foi o melhor ano de sempre da sua empresa, com as vendas a crescerem tanto no mercado nacional como nos de exportação. Mas isto não significa que tudo tenha corrido de feição. Longe disso, já que a invasão da Ucrânia pela Rússia teve efeitos bastante negativos em Portugal e em toda a economia mundial.
No sector vitivinícola nacional, em particular, houve alguns meses de escassez de matérias-primas subsidiárias essenciais ao negócio, como garrafas de vidro, caixas de cartão e rótulos, em paralelo com o crescimento desproporcionado dos seus custos, na ordem dos dois dígitos em poucos meses. “Isso levou a que não conseguíssemos vender vinhos, por não termos garrafas para os embalar”, explica Jaime Quendera. “A certa altura já não discutíamos preço”, conta, explicando que tiveram de o fazer porque era essencial a entrega de garrafas para poderem responder às encomendas.
Um ano positivo
Em paralelo, o crescimento do custo das matérias-primas levou ao decréscimo das margens de comercialização e da rentabilidade dos produtos. Isso aconteceu porque há acordos estabelecidos com as grandes empresas de distribuição que impedem a Adega de Pegões de aumentar de repente os preços dos seus produtos, de forma a repercutir o aumento das matérias-primas subsidiárias. “É um processo que demora três a quatro meses”, conta o diretor-geral da Adega de Pegões, salientando que tudo isso contribuiu para a diminuição da rentabilidade do seu negócio em 2022.
Mas a estabilização dos mercados globais à medida que o mundo reagia aos efeitos económicos do conflito russo-ucraniano, levou à normalização da maioria dos negócios afetados pela crise e à recuperação da atividade da Adega de Pegões, que terminou o ano com um ligeiro crescimento das vendas em relação ao ano anterior. “Isso aconteceu principalmente em mercados europeus mais maduros, como a Alemanha, Países Baixos e Reino Unido, onde estamos ativos há algumas dezenas de anos e, na Polónia, graças ao Grupo Jerónimo Martins, que detém a Biedronka, uma das cadeias de retalho mais importantes do país, e coloca lá os nossos vinhos”, explica Jaime Quendera. Acrescenta que houve perdas sobretudo nos mercados de leste, incluindo, como é lógico, a Rússia e a Ucrânia, enquanto os do continente americano, como o Brasil, Estados Unidos e Canadá mantiveram as suas quotas de […]