O ectima contagioso é causado por um parapoxvírus da família Poxviridae, altamente contagioso, com distribuição mundial, afetando ovinos e caprinos lactentes e no pós-desmame. Os animais adultos também podem ser afetados, principalmente quando a infeção é introduzida pela primeira vez no rebanho. Após a introdução da doença nos rebanhos, esta torna-se endémica, com persistência do vírus por longos períodos de tempo no ambiente ou presença de animais com infeções persistentes. Existem infeções acidentais em humanos, bovinos e cães sendo que em humanos a classe médico-veterinária é mais propensa à infeção pelo contato próximo com animais contaminados.
Nos ovinos, a morbilidade é alta e a mortalidade é baixa, no entanto, na presença de infeções secundárias pode aumentar a mortalidade na exploração.
Os sinais clínicos caracterizam-se por lesões na pele com vários graus de gravidade, desde impercetíveis a graves. Ocorre formação de pápulas, vesículas e pústulas, seguidas de crostas espessas que cobrem uma grande área de pele.
As primeiras lesões são observadas na junção mucocutânea oral, frequentemente nas comissuras labiais, disseminando-se posteriormente para a região periorbital, peri nasal e fossas nasais.
Nos casos mais graves, as lesões penetram nas gengivas, palato, língua e esôfago. Podem afetar também a pele da região inguinal, vulva e ânus, prepúcio, membros, orelhas e cauda. Nas fêmeas lactantes pode haver lesões crostosas e proliferativas na pele do úbere.
Na maioria dos animais existe uma recuperação espontânea, contudo, podem ser realizados tratamentos tópicos com antissépticos durante uma a quatro semanas.
No exame histológico, verifica-se uma tumefação celular aguda e degeneração hidrópica dos queratinócitos das camadas superiores do estrato espinhoso e hiperplasia da epiderme com projeções epiteliomatosas para a derme. Observam-se corpúsculos de inclusão eosinofílicos intracitoplasmáticos nas células do epitélio de revestimento.
O diagnóstico é feito pelos sinais clínicos, lesões histológicas e microscopia eletrónica.
Artigo publicado originalmente em DICAs.