O Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Nuno Russo, participou ontem na cerimónia de entrega de Prémios “Os Melhores do Ano 2019 – Revista de Vinhos”, que se realizou no Porto. Uma iniciativa promovida pela Revista de Vinhos e que vai já na 23ª edição do prémio “Os Melhores do Ano”, visando distinguir os melhores vinhos, personalidades e empresas que conquistaram notoriedade no universo vitivinícola e gastronómico em Portugal.
O Secretário de Estado começou por enaltecer o setor do vinho: “Falamos de um setor que, apesar de um passado tão rico e da certeza de se assumir como um importante embaixador do nosso país, não estagnou e procurou sempre estar na linha da frente na resposta aos mais diversos desafios que temos vindo a enfrentar. Testou, adaptou, criou e cresceu – uma receita bem conseguida que, certamente, será para manter, aliada à proatividade e ao empreendedorismo que se sentem no setor vitivinícola, ao seu carácter inovador, à busca de maiores níveis de sustentabilidade e competitividade e a um diálogo permanente que jamais poderá ser esquecido ou dispensado”.
Um esforço de todos os agentes e “com claros reflexos na qualidade e no reconhecimento dos vinhos portugueses”. Prova disso é o forte crescimento do setor a nível nacional e internacional. Nuno Russo destacou mesmo os valores de 2019: “A campanha 2019/2020 demonstrou um crescimento de 7% face à produção da campanha anterior. Também não quero deixar de referir como o setor tem sabido corresponder à procura, ajustar-se em função das exigências e das novas tendências e afirmar-se num mercado global que, a par das oportunidades, acarreta também muitos desafios. A marca Portugal é, hoje, reconhecida e procurada, dentro e fora de portas, e o nosso país encontra-se no “top 10” dos exportadores mundiais neste setor marcado pela forte competitividade”.
O sucesso deste setor representa, assim e de acordo com as palavras de Nuno Russo, um contributo essencial para o crescimento nacional. “Tendo em conta os números alcançados neste setor, o objetivo passa agora por dar continuidade ao percurso de crescimento, de afirmação e de reforço da sustentabilidade, destacando-se, na corrida por essa meta, o contributo dos vinhos com Denominações de Origem e Indicações Geográficas no crescimento em valor. Para a manutenção e reforço desse objetivo, não poderia deixar de destacar e louvar iniciativas como esta, bem como o papel dos Municípios e das Associações e Cooperativas ligadas ao setor, tão relevantes na promoção do que se produz e distingue as nossas regiões e o nosso país”, afirmou.
No âmbito da negociação da Política Agrícola Comum pós 2020, “Portugal tem lutado pela manutenção do orçamento para o setor vitivinícola no que toca às intervenções setoriais. Por isso, Portugal tem defendido um orçamento que permita uma transição justa e equilibrada para os nossos agricultores que, sim, estão preparados para esta mudança que, embora desafiante, trará muitas oportunidades. Essa capacidade já é visível nas nossas vinhas, nomeadamente através da promoção de práticas de conservação do solo, da biodiversidade funcional e de demais práticas associadas à sustentabilidade ambiental. Neste contexto, não posso deixar de referir a importância das nossas castas e da sua diversidade. Temos de garantir a sua conservação e, para isso, temos de incentivar os nossos viticultores, inquietos e inovadores, a aproveitarem o seu potencial”, destacou ainda o membro do governo.