O RIL – Retail Innovation Lab da Católica Lisbon School of Business & Economics acaba de divulgar o seu mais recente estudo sobre Tecnologia e Inovação no retalho.
Este estudo, que tem como principal objectivo aferir medidas relacionadas com hábitos de consumo e percepções dos portugueses sobre as lojas de retalho na Sociedade Portuguesa, contou com 1.006 participantes que responderam a um questionário de resposta online onde diferentes constructos foram aferidos.
A recolha de dados foi realizada entre 20 de Junho e 17 de Julho de 2023, utilizando o Painel de Estudos Online da Católica Lisbon School of Business and Economics (PEO).
Quando questionados sobre o FUTURO DO RETALHO, os participantes indicaram esperar que no futuro as lojas desse segmento ofereçam produtos de melhor qualidade e mais promoções. Por outro lado, os participantes indicaram como menos importante no futuro que as lojas de retalho sejam digitalizadas e que ofereçam uma experiência de compra mais rica na loja. Comparativamente a estudos anteriores (realizados em Dezembro de 2021, Julho e Dezembro de 2022), esses resultados repetiram-se, indicando que há uma tendência consolidada nesse sentido.
Sobre TECNOLOGIA E EXPERIÊNCIA DE COMPRA, os participantes indicaram que a tecnologia oferecida na experiência de compra afecta, em média, 31.3% a sua percepção sobre uma loja ou insígnia. Isso indica que os participantes delegam uma parte importante da experiência de compra à tecnologia. Nesta mesma secção, o género masculino indicou dar uma maior importância à tecnologia oferecida na experiência de compra, o que também ocorreu na faixa etária dos 40 aos 49, seguida dos 19 aos 29 anos. A faixa etária de maiores de 60 anos foi a que indicou perceber um efeito menor da tecnologia oferecida na experiência de compra na percepção sobre uma loja ou insígnia.
Quando comparados estes dados com os resultados de um estudo semelhante realizado em Dezembro de 2022, foi possível verificar que houve uma pequena redução do valor médio do quanto a tecnologia oferecida na experiência de compra afecta à percepção dos participantes sobre uma loja ou insígnia.
Quanto às LOJAS AUTÓNOMAS, de uma maneira geral, os participantes indicaram ter um interesse médio nas lojas autónomas. 42.1% dos participantes mostraram-se interessados ou muito interessados em comprar em lojas autónomas, enquanto 37.5% mostraram-se pouco ou nada interessados. O género masculino demonstrou ter mais interesse em comprar em lojas deste tipo, assim como a faixa etária de 40 a 49.
Já no que diz respeito às COMPRAS ONLINE, mais de 70% dos participantes indicaram que efectuam compras online, sendo que a categoria de produtos mais relatada foi a de roupas e pronto a vestir (50.1%), seguida da tecnologia (44.2%) e livros e artigos de papelaria (39.2%).
Os segmentos que apareceram com menor recorrência foram as joalharias (6.5%) e ópticas (4.7%).
Também foi possível aferir que o género feminino compra ligeiramente mais online, assim como os participantes da faixa etária entre os 19 e os 39 anos, enquanto a faixa dos 60 anos ou mais, relataram comprar menos neste formato.
Em comparação com o estudo realizado em Dezembro de 2022, foi possível verificar uma ligeira redução do interesse geral em compras online, com uma redução do interesse dos participantes em segmentos como tecnologia, livros e artigos de papelaria e perfumarias e higiene pessoal.
Já os segmentos alimentares, acessórios, artigos de decoração e óptica apresentaram um ligeiro aumento no interesse. Neste sentido, este pode ser um indicativo de uma retomada do comércio offline após o decreto pelo OMS do fim da pandemia de covid-19, realizado em Maio de 2023. Ainda sobre este tema, 68.1% dos participantes indicaram que efectuam compras online directamente no site de lojas ou marcas de preferência e 32.2% por apps e mais de 7% através das redes sociais.
Quanto ao USO DE PROMOÇÕES, mais de 92% dos participantes indicaram usar habitualmente descontos e promoções nas cadeias de retalho, sendo que destes, 91.8% utiliza-os em cadeias de retalho alimentar (91.8%). Outro segmento relatado como importante na utilização de descontos e promoções foi o de roupas e pronto a vestir, tendo sido indicado por quase metade dos participantes (47.0%).
Na segmentação por género, foi possível aferir que o género masculino indica usar mais descontos e promoções nas cadeias de retalho. Com relação às faixas etárias, foi verificado que a faixa etária dos 30 aos 39 anos é que indica utilizar mais habitualmente descontos e promoções nas cadeias de retalho (93.7%) seguida da faixa etária dos 40 aos 49 anos (93.4%).
Comparativamente, foi possível perceber uma ligeira redução no relato de uso de descontos pelos participantes nos últimos estudos realizados.
O artigo foi publicado originalmente em Revista Frutas Legumes e Flores.