Novas variedades, autoférteis, menos exigentes em frio, e mais resistentes a problemas do solo, procuram contrariar Alterações Climáticas.
Nuno Maciel foi ao Jardim da Serra entregar 420 cerejeiras (porta-enxertos de Prunus avium – cerejeira-brava), a 42 agricultores.
A iniciativa, que decorreu na Quinta Leonor, sede da CDISA – Centro de Desenvolvimento e Inovação Sociocultural e Agroflorestal, insere-se no Plano de Ação para a Cultura da Cereja, que inclui ensaios e diversas atividades com o objetivo de revitalizar esta cultura na freguesia do Jardim da Serra.
“Esta é uma das culturas que tem sido afetada, nos últimos anos, por pragas e pelas Alterações Climáticas”, refere o Secretário Regional de Agricultura e Pescas.
“Temos tentado mitigar esta situação graças ao apoio técnico das nossas equipas, que têm sido incansáveis, e vamos continuar o trabalho na experimentação de novas espécies, estudando os resultados para que, no futuro, esta cultura emblemática do Jardim da Serra retorne ao seu antigo esplendor. É para isso que estamos a trabalhar.”, acredita Nuno Maciel.
Nessa perspetiva, os serviços da direção regional de Agricultura (DRA) cederam porta-enxertos de cerejeira, mais resistentes a problemas de solo, a cerca de 42 produtores, com o intuito dos mesmos a instalarem perto das suas casas, com disponibilidade de água para rega. Estas plantas deverão ser enxertadas dentro de um ano, com variedades de cerejeiras, autoférteis e menos exigente em frio, que já estão a ser ensaiadas.
Esta ação, vem na sequência de outras já realizadas pela DRA, onde se inclui, como se referiu, ensaios iniciados com 2 variedades (Staccato e 3:13), em 5 lugares, de diferentes altitudes; a plantação 3 tipos de porta-enxertos, para avaliação agronómica, em 3 pomares, a diferentes altitudes; a plantação de cerejeiras Royal Tioga e Red Pacific (autoférteis e com menor exigência em frio), em vários locais do Jardim da Serra; e ainda o Ensaio de Quebra de Dormência, que testa métodos para estimular a germinação de semente, realizado em área de menor altitude daquela freguesia.
Estes trabalhos, desenvolvidos em colaboração com diversos agricultores do Jardim da Serra, já produziram alguns resultados preliminares animadores, que apontam para uma potencial revitalização desta cultura, através de técnicas culturais e variedades autoférteis, sem esquecer a cereja tradicional, tão apreciado pelos consumidores regionais.
“Julgo que estamos no caminho certo, com apoio técnico de proximidade, usando a experiência e o conhecimento adquirido para ensaiar novas soluções, algo que tem merecido uma boa recetividade dos produtores, o que nos deixa satisfeitos. Agora é aguardar que a Natureza faça o seu trabalho e que seja generosa com os nossos agricultores”, espera Nuno Maciel.
Na Região, cultura da cerejeira envolve aproximadamente 130 agricultores, ocupando uma área estimada de cerca 10 hectares.
Mais de 95% das explorações de cerejeiras (e a mesma proporção para a área) localizam-se no concelho de Câmara de Lobos, no Curral das Freiras, e, muito principalmente, no Jardim da Serra.
Nota enviada pelo Governo Regional da Madeira.








































