As previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 31 de Agosto, apontam para fortes aumentos de produtividade na maçã (+30%) e na amêndoa (+65%), face a 2018, em resultado das condições meteorológicas favoráveis ao longo do ciclo produtivo e da entrada em produção de novos pomares.
Segundo o Boletim Mensal da Agricultura e Pescas – Setembro de 2019, no pêssego também se prevê um aumento de produção (+5%), devendo alcançar as 49 mil toneladas, a maior produção das últimas dezasseis campanhas.
Vinha com aumento de 5%
Também na vinha se deverá registar um aumento no rendimento unitário de 5%. Em contrapartida, nos pomares de kiwi registaram-se dificuldades de polinização e vingamento do fruto, prevendo-se uma diminuição na produtividade (-5%). Para a pêra os técnicos do INE esperam a manutenção da produtividade da campanha anterior.
Nas culturas anuais, prevêem-se aumentos de produtividade no tomate para a indústria, para níveis próximos dos máximos históricos alcançados em 2015. No milho e girassol o rendimento médio deverá ser semelhante ao da campanha anterior.
Na batata, e em resultado do aumento da área instalada e da produtividade, estima-se um aumento de produção de 14% face a 2018.
Agosto quente
Quanto ao clima, o mês de Agosto caracterizou-se como quente em relação à temperatura do ar e normal em relação à precipitação.
Na primeira quinzena os valores de temperatura foram, em geral, inferiores à média, sendo que no período de 7 a 11 registaram-se valores inferiores ao percentil 10 (sobretudo na regiões Norte e Centro).
Na segunda quinzena os valores subiram para registos superiores à normal, sem que, e ao contrário do que sucedeu nos últimos três meses de Agosto, tivesse ocorrido qualquer situação de onda de calor.
Quanto à precipitação, e apesar de se ter registado um desvio positivo de 2,5mm face ao valor normal mensal (1971-2000), a distribuição espacial foi muito variável, não tendo ocorrido precipitação em grande parte do litoral alentejano e no Algarve.
98,8% do território continental em seca meteorológica
No final de Agosto, e de acordo com o índice meteorológico de seca PDSI, observou-se um ligeiro desagravamento da situação de seca meteorológica, em especial no Norte e Centro. Assim, 98,8% do território continental encontrava-se em seca meteorológica (100% em Julho), sendo que as classes mais intensas (extrema e severa) estendiam-se por 34,9% do Continente (37,8% em Julho).
Estas condições meteorológicas permitiram a realização dos trabalhos agrícolas normais da época, nomeadamente a colheita da fruta, das hortícolas e o início das vindimas.
Agricultura e Mar Actual