O ministro do Ambiente considerou hoje que o risco de incêndios rurais “é cada vez maior”, fruto das alterações climáticas, mas destacou que “há um trabalho coletivo que o país está a fazer e que tem produzido resultados”.
“Têm existido uma enorme eficácia no combate aos fogos rurais, temos cada vez mais capacidade de intervenção, mas temos de estar vigilantes, atentos, preparados, sabendo que este é um risco cada vez maior. No que diz respeito aos incêndios, há um trabalho coletivo que o país está a fazer e que tem produzido resultados”, afirmou Duarte Cordeiro, durante uma visita ao Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG).
O governante assumiu que este trabalho é “contínuo” face a um “risco evidente”.
“Quando as alterações climáticas nos trazem chuvas muito fortes em dezembro e três ondas de calor em abril, significa que hoje o fenómeno é mais difícil”, vincou o ministro do Ambiente, salientando que, desde 2017, tem sido feito um “trabalho significativo”, quer no reforço de meios, quer do ponto de vista da prevenção.
“Esta campanha começou em outubro, termina, mais ou menos, nesta altura, e fizemos em termos de [limpeza de] faixas de gestão de combustível, cerca de 8 mil hectares de faixas primárias, que são aquelas que permitem, não só impedir a progressão do fogo, como o posicionamento dos meios de combate”, revelou o governante, acrescentando.
“Este ano de 2023 estamos a contar fazer [a limpeza de] 11 mil hectares de faixas de gestão de combustível e, temos meios, com o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], de, nos próximos anos, fazermos [a limpeza de] mais 37 mil hectares de faixas de gestão de combustível. Nas zonas que identificamos como territórios vulneráveis diria que temos cerca de 50% das faixas executadas, o que significa um trabalho muito significativo nos últimos anos”, salientou Duarte Cordeiro.
O Instituto Português do Mar e das Atmosfera (IPMA) prevê para os próximos meses a continuação de temperaturas elevadas, a ausência de precipitação e o perigo de incêndio muito elevado.
A agência Lusa questionou se, no que compete ao ministério do Ambiente, foi tudo o que era possível ser feito até agora.
“Nunca podemos dizer isso nesses termos. Podemos sempre dizer que estamos a trabalhar de forma muito intensa, a aumentar a capacidade de intervenção, a aumentar os meios pesados e os recursos humanos do ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas], e que hoje estes meios já ocupam um percentagem muito grande do dispositivo. Cerca de 18% do dispositivo [de combate aos incêndios]”, declarou Duarte Cordeiro.
O ministro do ambiente, acompanhado pelo secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas, João Paulo Catarino, pela diretora Regional da Conservação da Natureza e Florestas do Norte, Sandra Sarmento, e por alguns presidentes de municípios da região, visitaram algumas zonas do PNPG.
Duarte Cordeiro destacou o trabalho que tem vindo a ser feito pelo INCF nesta zona protegida.
“Trabalho fundamental que tem sido feito de prevenção, de preservação dos ecossistemas, das espécies autóctones, que diminui o risco, e em que conseguimos ter vigilância, ocupação e capacidade de intervenção”, sublinhou Duarte Cordeiro.