O Governo vai decretar o estado de calamidade para responder às necessidades do território da área ardida da serra da Estrela, anunciou hoje a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva.
Segundo a governante, o estado de calamidade será decretado pelo Conselho de Ministros e “dará condições para que todos, Estado e autarquias, possam responder às necessidades” do território.
Mariana Vieira da Silva falava aos jornalistas no final de uma reunião conjunta entre Governo e autarcas de seis municípios abrangidos pelo Parque Natural da Serra da Estrela – Manteigas, Celorico da Beira, Covilhã, Guarda, Gouveia e Seia – e ainda de Belmonte, também presente por ter sido atingido pelas chamas, para “avaliar as necessidades e respostas integradas para estes concelhos” na sequência do incêndio que afetou a região.
“Essa é a garantia principal que aqui trouxemos, várias áreas do Governo, para mostrar que a intervenção, aqui, tem que ser integrada. Da Agricultura ao Ambiente, do Trabalho e da Solidariedade à Coesão Territorial, da Administração Interna. É fundamental que todas estas áreas participem nesta reconstrução”, declarou a ministra.
Mariana Vieira da Silva referiu que o Governo esteve em Manteigas, um dos municípios mais afetados pelo incêndio, e manifestou “solidariedade” e apoio para com as populações que estão agora “perante uma situação muito difícil”.
“Aquilo que procurámos trazer a este conjunto de municípios foi a garantia de que, em várias fases, procuraremos resolver todos os problemas que nos têm sido colocados”, assumiu.
Disse que a primeira fase, que já está no terreno, refere-se a apoios à alimentação animal, recuperação e retirada de madeira queimada que coloque perigo iminente e de apoio social.
Segue-se o levantamento, nos próximos 15 dias, de “todos os danos e prejuízos” do incêndio.
“A partir daí o Governo aprovará este conjunto de medidas ao abrigo do estado de calamidade, para podermos responder o melhor e o mais urgentemente possível a estes territórios”, assumiu.
Após uma reunião conjunta, na quinta-feira, os municípios abrangidos pelo Parque Natural da Serra da Estrela exigiram que seja decretado “estado de calamidade” e apoios imediatos para colmatar prejuízos de “centenas de milhões de euros”.
Seis ministros estiveram hoje reunidos, em Manteigas, com os seis autarcas abrangidos pelo Parque Natural da Serra da Estrela – Manteigas, Celorico da Beira, Covilhã, Guarda, Gouveia e Seia – e ainda de Belmonte, também presente por ter sido atingido pelas chamas, para “avaliar as necessidades e respostas integradas para estes concelhos” na sequência do incêndio que afetou a região.
Participaram cinco presidentes de Câmara: Flávio Massano (Manteigas), Vítor Pereira (Covilhã), Sérgio Costa (Guarda), Carlos Ascensão (Celorico da Beira) e António Dias Rocha (Belmonte).
Dois municípios estiveram representados pelos seus vice-presidentes: Célia Barbosa (Seia) e Jorge Ferreira (Gouveia).
Pelo Governo, estiveram presentes a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes.
A serra da Estrela foi afetada por um incêndio que deflagrou no dia 06 em Garrocho, no concelho da Covilhã (Castelo Branco) e foi dado como dominado no dia 13, mas sofreu uma reativação no dia 15 e foi considerado novamente dominado no dia 17 à noite.
As chamas estenderam-se ao distrito da Guarda, nos municípios de Manteigas, Gouveia, Guarda e Celorico da Beira, e atingiram ainda o concelho de Belmonte, no distrito de Castelo Branco.