O sócio fundador da Essência do Vinho Nuno Pires fez hoje à Lusa um balanço “muito positivo” de 20 anos do evento no Porto, assinalando que a marca se consolidou “como a principal experiência de vinho em Portugal”.
“O balanço felizmente é muito positivo. Hoje em dia conseguimos consolidar o Essência do Vinho como a principal experiência de vinho em Portugal”, disse à Lusa Nuno Pires, sócio fundador da Essência do Vinho, evento anual que decorre há 20 anos no Porto, mas que já se expandiu a Lisboa e ao Funchal.
Além do posicionamento a nível nacional, Nuno Pires referiu que “hoje é um evento que acaba por ser uma referência na Europa e os produtores, os amantes do vinho, já colocam este evento nas suas agendas”.
Recordando como foi arrancar com o evento em 2004, Nuno Pires lembrou que “foi difícil”, assinalando ainda a sua insistência em realizar o certame no Palácio da Bolsa.
“Há 20 anos, o próprio palácio da Bolsa nem era tão conhecido assim, nem era tão visitado, mesmo pelos próprios locais, pelos próprios portuenses, era um local que acabava por ser muito vivido, e eu sempre achei que para nós conseguirmos fazer um evento de referência tínhamos de ter um sítio ‘mágico’”, assinalou.
Observando as evoluções que a cidade teve ao longo do tempo, Nuno Pires considera que “o ‘boom’ do turismo na cidade foi importante”, porque ajudou a ter “mais visitantes internacionais para além dos nacionais”, não deixando de salientar que “o evento desde muito cedo atraiu visitantes de todo o país”, não sendo “só da cidade ou só para os portuenses”.
“Hoje em dia, além de se ter tornado o principal evento em Portugal ligado ao vinho, não deixa de ser, provavelmente é um dos principais eventos da cidade, como marca e como referência”, considerou também.
O evento pretende também “deixar marca e levar a imagem dos vinhos portugueses e da gastronomia” para o estrangeiro, para tal contribuindo a chamada de produtores, ‘sommeliers’, jornalistas e outros especialistas do setor ao Porto e ao país.
Os produtores aproveitam também o evento para fazer negócio, salientando Nuno Pires que previamente à Essência do Vinho é sempre organizada uma semana de viagens dedicadas ao vinho e à gastronomia.
“Temos empresas e produtores e casas que vêm vender os seus destinos, os seus espaços, as suas ofertas de enoturismo, e trazemos uma comitiva de ‘buyers’ [compradores] de várias partes do mundo para fazerem negócios com os produtores”, disse à Lusa.
Na edição deste ano já se contabilizam “três mil reuniões durante dois dias”, e toda a interação entre agentes do setor, com caráter internacional, “traduz-se, obviamente, em milhões de euros em negócios”.
“Eu acho que nós nos focámos muito e trabalhámos para construir uma marca. Um dos grandes objetivos, no fundo, era deixar marca, não era fazer algo por fazer”, frisou.
Este ano, a Essência do Vinho arrancou na quinta-feira e está no Palácio da Bolsa até domingo, contado com mais de 4.000 vinhos em prova aberta e mais de 400 produtores representados, nacionais e estrangeiros.
As duas regiões convidadas na edição deste ano são Castela e Leão (Espanha) e Minas Gerais (Brasil).