O secretário-geral da Associação de Cervejeiros de Portugal lembra que o setor, que está a crescer, dá emprego a 50 mil pessoas e pede ao Estado que baixe imposto sobre o consumo para não agravar desvantagem perante a concorrência de outras bebidas e de empresas do país vizinho.
Acerveja já superou as dificuldades nas vendas criadas pela pandemia?
Sim pelo ângulo do consumo de cerveja (em volume), muito impulsionado por um 2022 extraordinário em turismo, sendo que 2023 continua em níveis elevados. Não pelas dificuldades acrescidas nos fornecimentos de matérias-primas, embalagens e energia a preços anormalmente elevados, em consequência da guerra na Ucrânia e da inflação.
Em termos de números de litros ou de faturação global, como estão hoje face a 2019?
O setor face a 2019 cresceu 9,5% e em relação a 2021 20%. O consumo (em volume) subiu e 2022 superou 2019, impulsionado por um ano extraordinário no turismo, mas em valor o impacto no negócio das empresas foi muito distinto. Isto porque, como se sabe, a guerra na Europa, a espiral inflacionista e a subida das taxas de juro têm prejudicado as empresas e trouxeram incertezas inesperadas. As matérias-primas ficaram mais caras, o vidro ficou mais caro, a energia ficou mais cara, a logística ficou mais cara, até o azoto ficou mais caro e raro. Para piorar a situação, o último Orçamento do Estado trouxe um presente envenenado ao nosso setor: um novo imposto, que nos coloca numa posição de enorme desvantagem face à concorrência de outras bebidas, como o vinho, e também face à concorrência espanhola.
A Associação dos Cervejeiros tem lutado por uma baixa de impostos sobre a bebida. Fez essa proposta ao governo e no Parlamento, se bem me […]