Jason Londo, professor associado de fisiologia das culturas frutícolas e adaptação climática na Universidade de Cornell, e o seu grupo de investigação recolhem amostras em vinhas como parte da sua investigação sobre variedades de uvas melhoradas. Crédito da imagem: Jason Londo.
No Canadá, um dos efeitos das alterações climáticas são os frios mais extremos nos invernos, o que para as vinhas pode ser devastador. Os especialistas dizem que a solução passa por usar a ferramenta CRISPR-Cas9 para desenvolver variedades de uvas resistentes ao frio e às doenças.
Uma das ferramentas usadas para editar o genoma dos organismos é o sistema CRISPR. Além da cura de doenças genéticas, o CRISPR tem inúmeras outras aplicações, nomeadamente no melhoramento de plantas. Pode ajudar a tornar as culturas agrícolas mais adaptadas às alterações climáticas, removendo, por exemplo, genes que tornam as uvas suscetíveis a doenças (agravadas pela crise climática).
“A vantagem, do ponto de vista científico, é que se está a mudar uma coisa, a parte do genoma que se quer mudar. Um dos desafios do melhoramento genético é não introduzir no produto final um conjunto de características que não se pretende. E o CRISPR é visto como uma forma tecnológica de contornar isso”, afirmou o Jason Londo, professor associado de fisiologia das culturas frutícolas e adaptação climática na Universidade de Cornell, com sede em Ithaca, Nova Iorque.
As aplicações ainda estão a ser exploradas, mas os estudos indicam que poderá permitir a produção de uvas Chardonnay resistentes a doenças, deixando a variedade completamente intacta.
Com as alterações climáticas a ameaçar as vinhas no Canadá, será que o vinho geneticamente editado está a caminho de ser uma realidade?
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O artigo foi publicado originalmente em CiB - Centro de Informação de Biotecnologia.