O Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020 financiou 700 projetos, em sete municípios durienses, que criaram 100 postos de trabalho diretos e alavancou um investimento que ultrapassou os 24 milhões de euros, anunciou a associação Douro Histórico.
“É um resultado extremamente positivo e que se deve essencialmente aos nossos empresários e às nossas empresas”, afirmou hoje o presidente da associação e da Câmara de Santa Marta de Penaguião, Luís Machado.
A Douro Histórico é uma entidade reconhecida pelo Ministério da Agricultura como Grupo de Ação Local, entidade privada responsável pela gestão da Medida 10 do PDR 2020 – Implementação de estratégias de Desenvolvimento Local de Base Comunitária.
O balanço da atividade desenvolvida pela associação que atua nos municípios de Alijó, Peso da Régua, Mesão Frio, Murça, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião e Vila Real foi feito hoje, numa conferência de imprensa que decorreu em São Martinho de Anta, concelho de Sabrosa.
Durante o último quadro de programação, foram aprovados 700 projetos, que criaram cerca de 100 postos de trabalho diretos, com um financiamento comunitário de 12 milhões de euros que alavancou um investimento que ultrapassou os 24 milhões de euros.
Na sua maioria os projetos foram financiados a 50%, através dos fundos Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder), o Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (Feader) e Fundo Social Europeu (FSE), tendo sido beneficiados essencialmente pequenas e microempresas, mas também autarquias.
O presidente salientou que os projetos “têm um grande enfoque na área do vinho”, uma das principais atividades económicas destes concelhos.
Em concreto, os projetos apoiados são do setor agrícola, a nível da produção e transformação, sobretudo plantações de olival e amendoal, aquisição de alfaias e equipamentos agrícolas, melhoramentos nas agroindustriais do setor do vinho, melhoramento de espaços de comercialização no apoio aos mercados de produtos da terra.
Na área do turismo, foram apoiados projetos para a criação de alojamento turístico, valorização de espaços públicos de visitação preservando e valorizando a natureza e identidade cultural, bem como a criação e apoio de microempresas de diversas tipologias e âmbitos de atuação.
“O último quadro foi atingido pela covid-19 e depois pela guerra na Ucrânia, o que de certa forma também alterou os nossos procedimentos, os nossos hábitos, mas mesmo assim nós conseguimos, partindo de um envelope financeiro de 3,2 milhões de euros, passar para um financiamento superior a 12 milhões de euros”, afirmou Luís Machado.
A Douro Histórico foi criado em 1991 e, em 33 anos, captou para o território 56 milhões de euros, através da concretização de 1.700 projetos, que se traduziram na criação de 450 postos de trabalho.
Para o próximo quadro de programação 20/30, Luís Machado adiantou que o envelope financeiro previsto é de 2,7 milhões de euros.
“Não é aquele que nós esperávamos, é menos que o anterior, mas também é certo que, no anterior, partimos de uma base muito baixa e conseguimos um grande investimento. É essa a nossa convicção”, sublinhou.
O autarca disse ainda não concordar com os critérios delineados para o financiamento porque “o que é diferente deve ser tratado de maneira diferente”.
“Há uma insistência muito grande das autoridades em valorizar os habitantes, nós hoje sabemos que esse critério não deve ter o peso que tem depois no conjunto final. Estamos a lutar por isso”, realçou.
Nestes sete municípios residem atualmente cerca de 95 mil habitantes.