A CapriPinhal – Cooperativa de Produtores de Leite de Cabra do Pinhal comercializa atualmente mais de 900 mil litros de leite de cabra por ano e, em 2022, o seu volume de negócios ultrapassou o milhão de euros.
Fundada em 2016, a CapriPinhal tornou-se uma referência na comercialização de leite de cabra, principalmente em indústrias de queijo (queijarias), a sua maioria localizadas na Beira Baixa, mas também no Alentejo, Ribatejo e Beira Litoral.
A cooperativa tem a sua sede em Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, com um centro de recolha de leite licenciado e quatro viaturas para recolha, distribuição e transporte do leite cru refrigerado.
Numa nota enviada à agência Lusa, Fernando Monteiro, médico veterinário responsável da cooperativa, explicou que o aumento no volume de negócios foi impulsionado pela procura de novos cooperadores, valorização do produto e aumento da credibilidade da cooperativa.
Apesar de terem existido pontuais recolhas organizadas na Zona do Pinhal Interior Sul há mais de duas décadas, não havia sido constituída nenhuma entidade para supervisionar e coordenar estas atividades.
A ideia de criar a cooperativa surgiu da necessidade de concentrar a produção de leite de cabra e comercializá-la de forma conjunta.
Em 2016, 25 pessoas, a maioria caprinicultores, formalizaram a criação da cooperativa, iniciando a recolha de leite em 2017, com o apoio financeiro inicial da Câmara Municipal de Proença-a-Nova, sendo que, atualmente, a CapriPinhal é autónoma e sustentável.
A cooperativa faz recolha de leite a 50 produtores, alguns deles com produções sazonais.
A maioria das explorações situam-se, para além do Pinhal Interior Sul, no Ribatejo e Alto Alentejo, pois o objetivo é “expandir a área de intervenção a todo o território nacional”, revelou Fernando Monteiro.
Pontualmente, a cooperativa exporta leite para indústrias em Espanha e comercializa também leite de cabra biológico (com certificação de operador de produtos biológicos) proveniente de algumas explorações em modo de produção biológico.
Algum do leite comercializado dá origem a queijos com Denominação de Origem Protegida (DOP), nomeadamente queijo Amarelo da Beira Baixa e queijo Picante da Beira Baixa.
A cooperativa iniciou a sua atividade de comércio por grosso de leite em 2017 e terminou o ano com um volume de negócios de cerca de 250.000 euros.
No ano seguinte, a faturação cresceu para 480.000 euros, tendo em 2022 atingido 1.050.000 euros.
Os planos da cooperativa passam pela expansão para se tornar uma organização de produtores de âmbito nacional, sendo a única relacionada com a fileira em questão.
“Como organização de produtores, busca-se a planificação da produção, concentração da oferta, regularização dos preços, transformação e valorização dos produtos, redução de custos e proteção do meio ambiente, assim como a preocupação com o bem-estar animal”, sintetizou Fernando Monteiro.
A CapriPinhal procura também qualificar o tradicional queijo de cabra regional com uma denominação protegida, em parceria com entidades locais.
Os planos futuros incluem ainda a recolha de leite de ovelha e a transformação local dos produtos, visando diversificar a oferta.