É uma combinação de fatores que não traz motivos para respirar fundo nos próximos tempos. A guerra é a face mais visível de um cabaz alimentar mais dispendioso. Mas há outros motivos que deixam as refeições mais caras a cada dia que passa
Se os preços dos combustíveis têm seguido uma tendência de descida ao longo das últimas semanas, aproximando-se dos valores verificados no início da guerra, não se pode esperar o mesmo no que respeito aos alimentos.
“A procura continuará a ser elevada, enquanto a oferta continuará limitada este ano e no próximo. Esta escassez pode até piorar em 2023 e depois”, justifica o gestor Felix Odey, da empresa de gestão de ativos Schroders, que fez uma análise sobre a evolução do preço de várias matérias-primas agrícolas desde o início da guerra na Ucrânia e procurou identificar as razões pelas quais os preços se deverão manter altos num futuro próximo. Há quatro motivos para isso: a guerra na Ucrânia, o aumento do preço dos fertilizantes, a instabilidade do clima e as barreiras às exportações.
1.Guerra na Ucrânia
A invasão russa da Ucrânia aumentou a pressão sobre a oferta, provocando aumentos nos preços das matérias-primas. Em Portugal, a inflação disparou para 9,1% em julho, o valor mais alto dos últimos 30 anos. Segundo os analistas, este impacto será duradouro.
Para a Schroders, cujas conclusões são citadas pelo “El Mundo”, a guerra é o principal foco de incerteza no curto e médio prazo. Isto porque Ucrânia e Rússia são países essenciais para produção e a exportação de alimentos. O óleo de girassol e os cereais – como o milho, o trigo e a cevada – têm sido os […]