A chuva que caiu durante o mês de junho beneficiou as culturas em regime de sequeiro na região do Nordeste Transmontano, disse hoje à Lusa o presidente da Associação de Produtores Agrícolas Tradicionais e Ambientais (APATA), Armando Pacheco.
Segundo o dirigente, culturas como o amendoal e o olival, em expansão neste território trasmontano, foram as mais beneficiadas com as últimas chuvas.
“Qualquer cultura em regime de sequeiro é beneficiada com a precipitação, desde que a mesma ocorra com normalidade, sem enxurradas, trombas de água ou granizo”, vincou.
O responsável pela APATA, com sede em Mogadouro, no distrito de Bragança, disse ainda que este ano não se pode falar em seca, porque nesta região não se verifica esta situação meteorológica.
“As chuvas que se fizeram sentir no início da primavera, tempo de floração de culturas como o amendoal, olival ou cerejal, trouxeram quebras na produção que impediram uma polinização eficaz nestas árvores”, recordou.
O dirigente é perentório e afirmou que se chovesse todas as semanas tal era benéfico para este tipo de culturas, porque a água é imprescindível para o seu desvalimento e consequente aumento de produção.
“Tudo que é cultura de sequeiro o que necessita é de água. Mas poderá trazer outras agravantes, como é caso de muita precipitação em tempo de calor, porque vai potenciar o aparecimento de fungos nas árvores e que é imperioso tratar”, vincou.
Para Armando Pacheco, em caso de aparecimento de fungos nas culturas provocado por excesso de humidade, aliada ao calor como poderá acontecer na cultura do castanheiro ou da vinha, é necessário fazer tratamentos preventivos, que são mais eficazes do que os tratamentos curativos.
“Humidade nos solos é sempre positiva, desde que as plantas se consigam manter saudáveis”, observou.
Face às alterações climáticas, na opinião deste técnico, a água é elemento essencial para o desenvolvimento das mais variadas culturas agrícolas de cada região do país.