A Comissão Europeia (CE) pediu hoje à França que forneça “o mais rapidamente possível” informações sobre o bloqueio da passagem fronteiriça com Espanha e a pilhagem de camiões espanhóis perpetrados esta quinta-feira por viticultores franceses.
O organismo europeu pretende também saber as medidas que Paris pretende adotar para facilitar a livre circulação de mercadorias.
“Na sequência de um pedido das autoridades espanholas, a Comissão solicitou hoje formalmente às autoridades francesas que prestassem informações sobre as perturbações ocorridas na sua fronteira com Espanha e sobre as medidas que adotaram ou pretendem adotar para facilitar a livre circulação de mercadorias”, referiu à agência Efe um porta-voz do executivo comunitário.
A mesma fonte detalhou que as autoridades francesas foram solicitadas a fornecer essas informações “o mais rápido possível”.
“A Comissão avaliará a resposta da França e tomará as medidas adequadas”, sublinhou.
O porta-voz da CE frisou também que a livre circulação de mercadorias é um princípio fundamental do mercado interno e que quando ocorre um obstáculo, o Estado-membro em questão deve tomar “todas as medidas necessárias e proporcionadas para garantir a livre circulação de mercadorias no seu território, em conformidade com as obrigações do Tratado UE e com o Regulamento 2679/98” sobre o funcionamento do mercado único em relação à livre circulação de mercadorias entre os Estados-membros”.
Cerca de 500 viticultores franceses dos departamentos de Aude e dos Pirenéus Orientais bloquearam na quinta-feira a passagem fronteiriça de Le Perthus com Espanha para exigir o fim das importações e pilharam vários camiões espanhóis.
Os manifestantes, que queimaram pneus na portagem da autoestrada em Le Boulou, procederam à filtragem dos veículos que chegavam de Espanha e roubaram, primeiro um camião com tomates, depois outro com vinho e um terceiro com cava [vinho espumante espanhol].
Estes manifestantes despejaram o conteúdo da carga no asfalto sem a presença dos polícias, que permaneceram à distância, sem intervirem em qualquer momento.
A delegação governamental dos Pirenéus Orientais explicou à Efe que os viticultores esvaziaram a carga de quatro camiões espanhóis, mas não deu qualquer informação sobre a inação das forças de segurança.