Com o objetivo de melhorar a eficiência energética no Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA), a EDIA lançou um concurso para 4 centrais fotovoltaicas flutuantes, com uma potência instalada total de 52 MWp, que ocuparão uma área com cerca de 42 hectares sobre a água, num total estimado de 100 mil painéis fotovoltaicos.
O concurso prevê a apresentação de proposta para o fornecimento, instalação e licenciamento de 4 Unidades de Produção para Autoconsumo (UPAC) junto a estações elevatórias da rede primária do (EFMA), bem como a manutenção e operação durante os primeiros 3 anos.
A maior destas centrais fotovoltaicas flutuantes terá uma área de 28 hectares (per si a maior da Europa) e ficará instalada junto à Estação Elevatória dos Álamos, a maior Estação Elevatória do projeto de Alqueva.
Nestas UPAC a energia será produzida pelos painéis fotovoltaicos instalados sobre estruturas flutuantes, e dirigida para as estações elevatórias que lhes estão dedicadas para autoconsumo. Apenas quando esta energia não for suficiente ou quando existir um excedente, será comprada, ou vendida, à rede nas condições de mercado em vigor.
A produção estimada é de 90GWh/ano, o que é suficiente para abastecer cerca de 2/3 da população do Baixo Alentejo, e evitar a emissão de cerca de 30 mil toneladas de CO2 por ano.
Com um preço base do concurso 45 Milhões de Euros, a financiar com empréstimo concedido pelo Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa, este será o maior projeto fotovoltaico flutuante da Europa.
A questão energética é determinante para a sustentabilidade do projeto Alqueva, uma vez que é a principal fonte de custos variáveis na distribuição de água. A diminuição sustentada dos encargos energéticos nas operações de exploração do EFMA é um objetivo da EDIA até que se consiga atingir o ponto de otimização máximo de toda a infraestrutura.
A instalação destas centrais na proximidade das estações elevatórias que consumirão a eletricidade gerada permitirá, além da respetiva descarbonização, a eliminação das perdas por transmissão e a redução de potencia pedida à rede, em geral durante o verão e em especial durante os períodos de ponta.
Recorde-se que o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva tem já instaladas 9 centrais fotovoltaicas, incluindo duas flutuantes, estando já também decorrer concursos para a instalação de outras nove centrais (5 flutuantes).
Com todas estas empreitadas, até final 2025, a EDIA conta ficar com uma capacidade produtiva equivalente a mais de metade do seu consumo seguindo em bom ritmo para atingir um balanço zero (quantidade de eletricidade produzida igual ao consumo) até ao final da década.
O artigo foi publicado originalmente em EDIA.