Luís Dias encontra-se em greve de fome frente ao Palácio de Belém e reclama uma indemnização por erros cometidos pelo Ministério da Agricultura. Até agora, este só respondeu com auditoria.
Há 24 dias em greve de fome frente ao Palácio de Belém, Luís Dias enviou uma carta aos grupos parlamentares em que acusa o Ministério da Agricultura de “sabotagem burocrática” e frisa ter sido hospitalizado duas vezes nos últimos dois dias. Face aos erros de que foi alvo por parte da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC), reconhecidos pelo Tribunal de Contas Europeu e pelo próprio Ministério, Luís Dias pede uma indemnização. Mas até agora, o Ministério só aceitou um inquérito ao seu próprio funcionamento, sem prazos.
Em 2015, Luís Dias pretendia explorar amoras na quinta da Zebreira, em Castelo Branco. Os problemas começaram logo, quando Dias e a outra investidora, Maria José Santos, se candidataram a verbas negadas pela Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC) pela falta de garantias bancárias que nem podiam ser exigidas, de acordo com o Tribunal de Contas Europeu. Em 2017, quando o mau tempo arrasou a quinta, os dois agricultores voltaram a pedir ajuda à DRAPC e verbas para compensar os prejuízos pelo mau tempo foram também recusadas. Só dois anos depois, quando Luís Dias recorreu à Provedora de Justiça, é que este último erro da DRAPC foi reconhecido pelo próprio Ministério da Agricultura, que num despacho considerou que a quinta da Zebreira tinha acesso ao dinheiro.
No dia 1 de junho, numa nota sobre a greve de fome de Luís Dias, o Ministério da Agricultura mencionou essas verbas. “Efetivamente, em outubro de 2019, e na sequência dos prejuízos provocados pelo mau tempo, foi aprovada uma candidatura para restabelecimento do potencial produtivo da exploração agrícola, com um montante de apoio de 140.014,90€, tendo o respetivo termo de aceitação sido assinado em novembro desse mesmo ano.”