Balbina Lopes tinha 12 anos quando começou a ceifar, percorrendo hectares de searas de foice na mão direita e três canudos feitos em cana, como se de “dedais em ponto grande” se tratassem, para proteger os dedos da mão esquerda de um eventual descuido.
Hoje recua 60 anos para relembrar o início da vida laboral. “Era uma vida mal paga e muito dura”, diz, relatando como ao nascer do sol já tinha que estar pronta para mais um dia de trabalho. Bem-dispostas e equipada a rigor. “As saias eram pregadas com um alfinete para evitar que as espigas subissem pelas roupas e nos picassem. Além de que estragava a roupa.”
Trabalhava com os pais nos campos de cereais de Estremoz. Por ali andou até aos 21 anos, quando o casamento a levou para a zona de Sintra à procura de uma vida melhor. O passado rural ficou lá […]