A seca que se sentiu nos últimos anos no Alentejo, prejudicou o olival de sequeiro, maioritário no concelho de Moura, fazendo com que o mesmo, entrasse em stress hídrico. A chuva que em Novembro caiu com alguma intensidade, juntamente com alguns dias de calor intenso, veio prejudicar o fruto.
O olivicultor e presidente da Cooperativa Agrícola Moura Barrancos, José Duarte, em entrevista à Planície sublinhou que “em relação ao ano agrícola, nós tivemos um verão muito longo, com muitos dias com temperaturas elevadas, o que fez com que os nossos olivais, que são maioritariamente de sequeiro, entrassem em stress hídrico. Como consequência disso, tiveram uma produção de azeitona muito baixa”.
E acrescentou que “em relação à chuva, tivemos no início da campanha da azeitona, em Novembro, alguns dias de chuva, que associamos também a dias com temperaturas altas, que fez com que houvesse uma deterioração do fruto. Uma das consequências foi a perda ou a quebra de qualidade da azeitona e consequentemente do azeite”.
Em relação à chuva que tem caído nos primeiros meses de 2021, José Duarte refere que “a chuva que está a cair actualmente, fez com que se regularizassem todos os caudais dos rios e ribeiras. O caso mais sonante é a Barragem de Alqueva, que está perto da sua cota máxima e que em princípio irá atingi-la durante este ano”.
E acrescenta, “em relação à Barragem, o facto de nós não termos no concelho de Moura, ainda, a construção do Bloco de Rega Moura/Póvoa/Amareleja, acaba por nos prejudicar um pouco em anos de sequeiro. Foi o que nos aconteceu no ano passado. Com uma seca muito grande, tivemos uma quebra nos nossos olivais tradicionais. Era importante que as instituições com responsabilidade, também demonstrassem o desagrado em relação ao atraso na construção do Bloco de Rega, que foi há cerca de 2 anos e meio, anunciado pelo Ministro da Agricultura de então Capoulas Santos”.
Sobre a próxima campanha, José Duarte adianta que “a chuva que está a cair nos olivais de sequeiro, vai ter um impacto positivo na produção da próxima campanha. Prevê-se que para o ano tenhamos uma boa produção nos nossos olivais tradicionais de sequeiro”.
O artigo foi publicado originalmente em Jornal A Planície.