O secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, duvida que o Pacto Ecológico Europeu, vulgo Green Deal, defina a estratégia das políticas agrícolas, uma vez que não se trata de um plano, mas de um “documento de ambição europeia, quase um documento de marketing” de Bruxelas.
Mas, a CAP não está contra o Green Deal, os agricultores portugueses também defendem uma mudança. Só que o Green Deal per si não definirá essa mudança. Na última conferência do ciclo para a concretização de uma visão estratégica para o agroalimentar em Portugal, promovida pela Lusomorango, à qual o Jornal Económico é media partner, Luís Mira disse :”A Comissão Europeia não define as políticas na União Europeia, felizmente. Quem define as políticas no caso da PAC [Política Agrícola Comum] é a negociação que é feita entre a Comissão Europeia, o Parlamento Europeu, e os Estados-Membros. O que assistimos agora é sobre qual será o regulamento comunitário e o plano estratégico para a PAC”.
Para Luís Mira o Green Deal assenta num “princípio ideológico”, sem base cientifica. “[Contudo] a CAP defende uma agricultura mais sustentável. Mas esse tipo de agricultura há de chegar a um ponto de sustentabilidade 100%.