Associação requer avaliação de impacte ambiental. Obra não prevê construção de um dispositivo para passagem de peixes, o que coloca em risco conservação de espécies. APA e ICNF não comentam
A obra de construção da nova ponte-açude no rio Novo do Príncipe, no troço final do Vouga, já está adjudicada e deve avançar ainda este ano. Mas a Associação Zero não se conforma com o desfecho. Admitindo que este açude é necessário – algo que o ambientalista Paulo Lucas também gostaria de ver reavaliado –, um problema de fundo se coloca: “Passaram-se quase 20 anos desde a avaliação de impacte ambiental [feita para aquele território] e houve uma alteração das circunstâncias e da situação de referência”, argumenta. A empreitada em Cacia, concelho de Aveiro, a cargo da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), não prevê a construção de uma passagem para peixes, colocando-os em risco, acusa a Zero. Contactados pelo PÚBLICO, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) não quiseram comentar.
Paulo Lucas tem “muitas dúvidas sobre a legalidade” deste processo. A ponte-açude, alerta, pode impedir o acesso das espécies migradoras aos locais de desova e comprometer ainda mais a conservação de espécies como a lampreia-marinha (Petromyzon marinus) e o sável (Alosa alosa). “Uma passagem permitiria regular o fluxo de água entre o lado de dentro do açude e o lado de fora, garantindo um fluxo regular de água doce que permite que […]