A ViniPortugal vai investir 8,07 milhões de euros em 2026 na promoção dos vinhos portugueses, com o objetivo de aumentar o preço médio de venda e contribuir para atingir 1,2 mil milhões de euros em exportações até 2030.
No plano apresentado hoje no Pavilhão Multiusos de Almeirim, distrito de Santarém, o presidente da associação, Mário Lima, sublinhou que “o objetivo é crescer acima de 3% nas exportações”, mantendo “a tendência de importações baixas” e garantindo “um aumento do preço médio de venda”, considerado essencial para a sustentabilidade do setor.
“Não basta vender mais, é preciso vender melhor”, afirmou hoje à Lusa, sublinhando que pretende atingir “1,2 mil milhões de euros em exportações até 2030”.
Segundo o responsável, o setor enfrenta um contexto internacional adverso, marcado por excesso de produção e queda do consumo.
“Em 2024, o consumo mundial foi o mais baixo desde 1961, sem que a produção tivesse descido na mesma proporção. Isto gerou um excesso de vinho no mercado, aumentando a concorrência e pressionando os preços”, explicou, acrescentando que esta situação dificultou a valorização do vinho português em 2025.
Apesar das dificuldades, o presidente da associação manifestou confiança numa melhoria gradual a partir de 2027, com maior equilíbrio entre oferta e procura.
“Há países como Estados Unidos, Chile, Argentina, França, Espanha e Austrália que estão a arrancar vinha, o que vai reduzir a pressão da produção mundial e trazer mais estabilidade ao mercado”, afirmou, considerando que essa evolução “pode ajudar Portugal a firmar-se mais ainda no contexto mundial”.
Quanto aos mercados prioritários, Mário Lima indicou que “o maior investimento será direcionado para o Brasil”, onde Portugal já ocupa a segunda posição em volume, apenas atrás do Chile.
“É um mercado que responde muito bem às nossas ações. Esperamos que o acordo entre a Mercosul e a União Europeia avance, porque isso permitirá reduzir em 27% as taxas de importação e tornar-nos mais competitivos”, afirmou, destacando que o Brasil tem potencial “para ganhar ainda mais relevância”.
Os Estados Unidos foram apontados como outro foco estratégico, apesar da retração do consumo.
“É um mercado enorme, com 50 estados, onde as quotas portuguesas são muito baixas em alguns dos maiores compradores”, referiu, considerando que “há muito espaço para crescer” e que “a aposta passa por ações segmentadas para conquistar novos consumidores”.
O presidente da ViniPortugal insistiu que “a valorização do preço médio é considerada essencial para garantir a sustentabilidade económica do setor”, reforçando que “a aposta na qualidade e na diferenciação continuará a orientar a estratégia” para consolidar a posição dos vinhos portugueses nos mercados externos.
Durante a apresentação do plano de promoção para 2026, a associação referiu que, no total, estão previstas 83 ações, incluindo 25 eventos, 53 iniciativas de educação, oito feiras internacionais, 15 ações de promoção e dez ações de comunicação.
A estratégia inclui ainda o reforço das parcerias com líderes de opinião, influenciadores e meios especializados, com o objetivo de “amplificar resultados nos quatro eixos: eventos, educação, comunicação e promoção”.
A associação destacou também o crescimento da presença portuguesa na feira Wine Paris, que aumentará 26% em investimento face a 2025, levando 151 produtores numa área de 969 metros quadrados.
“Portugal será o terceiro maior expositor, atrás de Itália e Espanha”, referiu a associação.












































