Os agricultores búlgaros terminaram hoje os protestos iniciados segunda-feira contra o levantamento da proibição de entrada de cereais ucranianos, depois de aceitarem uma proposta do Governo que inclui limites à entrada de sementes de girassol da Ucrânia.
Segundo reportou o canal de televisão búlgaro Nova TV, centenas de agricultores com tratores e outros veículos reunidos numa das entradas rodoviárias de Sófia responderam com aplausos à leitura pública do texto de um memorando acordado com o Governo e, de seguida, concordaram em terminar os protestos e dispersaram.
O acordo alcançado com o primeiro-ministro búlgaro, Nikolay Denkov, envolvendo também os ministros da Agricultura e das Finanças, inclui a proibição das importações de sementes de girassol da Ucrânia até se esgotarem os volumes produzidos na Bulgária durante a época de 2022-2023.
Além disso, o Governo búlgaro comprometeu-se a prosseguir as negociações com a Comissão Europeia (CE) sobre a proibição das importações da Ucrânia de culturas agrícolas que excedam 10% do volume líquido da produção nacional, bem como sobre a introdução de um regime de licenças para a importação de trigo, milho e colza do país invadido pela Rússia a 24 de fevereiro de 2023.
A isto juntam-se mais 30 milhões de euros de ajuda estatal ao setor, além dos 75 milhões de euros de compensação já acordados com Bruxelas.
Há uma semana, o Parlamento búlgaro aprovou o levantamento da proibição temporária de importação de cereais ucranianos que vigorava desde o início de maio na Bulgária, Polónia, Hungria, Eslováquia e Roménia, com a aprovação do executivo comunitário.
Na sexta-feira passada, a CE anunciou que não iria prorrogar a proibição, considerando que os setores agrícolas destes países já não estavam a sofrer as distorções que levaram à medida.
No entanto, a Polónia, a Hungria e a Eslováquia prolongaram unilateralmente a proibição, razão pela qual os três países foram denunciados por Kiev à Organização Mundial do Comércio (OMC).