A Sonae contabilizou um valor de 1,3 milhões de euros relativos à taxa sobre lucros extraordinários de 2022 e 2023 e anunciou que vai contestar o pagamento, na conferência de apresentação de resultados de hoje.
“Apurámos um valor de um pouco mais de um milhão de euros, de 1,3 milhões de euros, de pagamento do imposto sobre o lucro excessivo, mas não reconhecemos esse conceito de lucro excessivo e vamos, naturalmente, contestar o pagamento”, afirmou o administrador financeiro, João Dolores, durante a sessão de apresentação dos resultados de 2023.
Na mesma linha, a presidente executiva (CEO) da Sonae, Cláudia Azevedo, recordou que a empresa sempre afirmou “que em Portugal a carga fiscal sobre as pessoas e as empresas é excessiva”, sustentando que o imposto sobre lucros extraordinários “ainda faz menos sentido”.
“Rejeitamos até essa ideia [de lucros excessivos]. Nós investimos 600 milhões [de euros em 2023], é óbvio que, investindo 600 milhões, vamos ter mais lucros, temos novas lojas”, sustentou.
Para a CEO, “taxar o desenvolvimento de empresas portuguesas não faz sentido”: “Devíamos [era] ter mais empresas portuguesas a pagar impostos, e o número de empresas portuguesas que paga impostos é muito baixo, não transmite um clima saudável”, rematou.
Os lucros da Sonae cresceram no ano passado para 357 milhões de euros, um aumento de 6,4% relativamente ao ano anterior.
O imposto sobre lucros extraordinários (conhecido por ‘windfall tax’) começou a ser cobrado em 2022 e acabou no final de 2023, consistindo numa taxa de 33% cobrada às empresas de energia e da distribuição alimentar que tenham registado um aumento de 20% face à média dos lucros tributáveis registados nos quatro anos anteriores.
Já na semana passada, o Público avançou que a Jerónimo Martins pagou 700.000 euros de lucros extraordinários relativos ao exercício de 2022, mas mantém a contestação.