A campanha de azeitona e a produção de azeite estão comprometidas. A federação das cooperativas de olivicultores diz que as fábricas da região do Alentejo que recebem o bagaço de azeitona “estão no limite da sua capacidade”.
Desde a apanha de azeitona aos lagares que a transformam, “o setor olivícola está paralisado”. O alerta é da Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Olivicultores (Fenazeites), num ano em que se prevê que a produção de azeite venha a atingir “as 180 mil toneladas”.
De acordo com a Fenazeites, as três grandes unidades de receção de bagaço de azeitona (caroço e polpa), proveniente dos lagares, que processam toda a azeitona produzida no Alentejo, “têm a sua capacidade de armazenamento esgotada ou praticamente esgotada e não aceitam mais matéria-prima”.
À Renascença, a secretária-geral desta federação, Patrícia Falcão Duarte, lembra que as unidades extratoras sedeadas na região alentejana “têm uma capacidade de laboração anual de 600 mil toneladas”.
No ano em que se espera um recorde de produção de azeitona, “é expectável que existam 900 mil toneladas de bagaço”, o que leva à existência de “300 mil toneladas” que não vão poder ser entregues nas unidades extratoras.
“Estas estão no limite da sua capacidade, têm os seus depósitos cheios e estão a trabalhar 24 horas por dia”, denuncia a responsável, recordando que, face a esta situação, os lagares também “não conseguem manter nas suas instalações todo o bagaço de azeitona”, o que os impede de laborar.
Os produtores continuam a entregar a sua azeitona onde o fazem habitualmente, e são os lagares que procuram, com muitas dificuldades, vias alternativas.
“Sei de uma unidade em Abrantes que está a entregar em Mirandela”, refere, acrescentando que “no Alentejo, há unidades que estão a ir entregar a Espanha”, sendo alternativas “dispendiosas e complicadas”, em termos de logística.
“Se eu tiver um lagar no Alentejo, falo […]