O baixo nível de água armazenada nas barragens limitou a produção de energia hídrica, obrigando a que se recorra a outras fontes de energia e a recursos importados. Ao NOVO, especialistas afirmam que não haverá falta de energia, mas que esta vai custar mais à economia do país e às empresas eléctricas.
O relatório mais recente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) indica que o mês de Janeiro foi o sexto mais seco em 90 anos e o segundo pior desde 2000. Numa altura em que Portugal tem 53,7% do país em seca moderada, 34,2% em seca severa e 11,5% em seca extrema, o Governo restringiu o uso de barragens para electricidade e rega – uma medida que oferece já um vislumbre sobre os potenciais efeitos deste fenómeno natural em diversos sectores e que poderá significar um aumento do custo da energia. Mas, afinal, que ligação tem a água com a energia?
As centrais hídricas, que estão associadas a barragens, usam a diferença de energia entre o nível a montante e a jusante do rio. Essa energia faz rodar as pás de uma turbina, criando um movimento de rotação do eixo do gerador que, por sua vez, produz electricidade. Actualmente, cerca de 30% da electricidade consumida em Portugal tem origem hídrica, sendo as barragens um elemento fundamental para o país. Desta forma, menos água é sinónimo de menos energia ou de uma energia mais cara.
Com a produção de electricidade suspensa nas barragens de Alto Lindoso/Touvedo, Alto Rabagão, Vilar/Tabuaço, Cabril e Castelo de Bode, há que recorrer a outras fontes de energia – como o gás natural ou a eólica – e à importação, uma vez que, diz Carmona Rodrigues ao NOVO, Portugal ainda não tem autonomia energética.
“Em Portugal, ainda não temos autonomia energética, ou seja, a energia toda que produzimos ainda não é suficiente para cobrir as nossas necessidades. Geralmente, importamos energia do estrangeiro. Essa importação tem vindo a diminuir nos últimos 20 anos, mas importamos sempre”, afirma o engenheiro civil e também ex-presidente da Câmara de Lisboa, referindo que, em anos secos, a energia importada aumenta.
O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, garantiu que o abastecimento de água […]