O município de Tábua, no interior do distrito de Coimbra, anunciou hoje a promoção de um estudo de medidas a nível local para poupar água em espaços públicos e mitigar os efeitos da seca.
Em nota de imprensa enviada à agência Lusa, a Câmara Municipal explicou que a decisão de avançar para um estudo que visa “a prevenção e antecipação de soluções” decorre dos efeitos “cada vez mais intensos das alterações climáticas, evidenciados pelos períodos de seca mais intensos e pela escassez de água que está a afetar cada vez mais todo o território nacional”.
Desta forma, “importa identificar formas de mitigar os impactos daí decorrentes, de forma a evitar que problemas futuros sejam agravados”.
A ser desenvolvido em parceria com a empresa Águas do Planalto – concessionária do sistema público de abastecimento e distribuição de água dos municípios de Tábua (Coimbra) e de Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão e Tondela (distrito de Viseu) – o estudo terá ainda a colaboração de “instituições detentoras de conhecimento e experiência” nesta área, que, no entanto, não são identificadas.
O trabalho de investigação versa sobre a implementação de medidas a nível local “que promovam a poupança de água nos espaços públicos, como jardins, piscinas, estádio municipal e outros equipamentos municipais”, bem como a monitorização “permanente” da rede de distribuição de águas, “identificando precocemente a existência de ruturas e anomalias, através da utilização de sistemas digitais e de tecnologia avançada”.
O estudo quer “reforçar as medidas já em prática”, cujos impactos foram “reconhecidos” num recente relatório da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), que identificou o concelho de Tábua “como um dos quatro municípios portugueses onde a taxa de água não faturada (decorrendo de desperdícios avultados de água) é das mais baixas a nível nacional”.
O estudo pretende também identificar “ações de sensibilização da população para a necessidade de utilização racional da água ao nível doméstico e em outras atividades como a agricultura e as explorações pecuárias (…) que têm neste bem um recurso essencial para o seu desenvolvimento” e as espécies arbóreas “menos exigentes em necessidades de água para o seu crescimento” que poderão vir a ser plantadas.
Citado na nota, o presidente da Câmara Municipal de Tábua, Ricardo Cruz, considerou “fundamental” trabalhar “desde já” na problemática dos efeitos da seca e da falta de água, “antecipando a implementação de medidas que visem minimizar os problemas”.
Estes problemas, adiantou Ricardo Cruz, “não são apenas dos outros, mas estão presentes no dia-a-dia dos cidadãos, mesmo os residentes em territórios como Tábua, em que a água ainda vai correndo nas torneiras das suas casas”.