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– 09-12-2003 |
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Salvamento de quatro ca�adores vale distin��o a mestre florestal de BejaO salvamento de quatro ca�adores, na barragem do Roxo, Beja, no ano passado, vai valer ao mestre florestal Carlos Cupertino o t�tulo de "Melhor Funcion�rio de 2002" do ministério da Agricultura. Coordenador do sub-n�cleo do Baixo Alentejo da Guarda Florestal, desde h� pouco mais de um m�s, Carlos Cupertino vai ser distinguido na pr�xima quarta-feira, em cerimónia a decorrer na Companhia das Lez�rias, �s 11:30. A distin��o do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas ao Mestre Florestal de Beja, de 40 anos de idade, 16 dos quais na Guarda Florestal, visa premiar a "forma extraordinariamente merit�ria, zelosa e respons�vel" com que desempenhou as suas funções. O dia 15 de Agosto de 2002 não vai, t�o cedo, apagar-se da mem�ria de Carlos Manuel de Sousa Cupertino, antigo GNR que não resistiu a seguir os passos profissionais do pai, que j� tinha sido guarda florestal. A opera��o de fiscaliza��o desse primeiro dia de ca�a �s rolas e patos foi preparada com precau��o, pois, tradicionalmente, muitos são os ca�adores que escolhem a barragem do Roxo, entre os concelhos de Beja e Aljustrel, para disparar os primeiros tiros da �poca. "Concentr�mos várias brigadas da Guarda Florestal naquela zona, bem como da GNR, porque sab�amos que iriam aparecer in�meros ca�adores, que podiam matar ou ferir especies protegidas ou interditas � ca�a nessa altura", contou Carlos Cupertino, � agência Lusa. Ainda de madrugada, pela altura "da meia-luz" e com nevoeiro e algum frio, apesar do calend�rio marcar Agosto, o ent�o guarda florestal Cupertino e dois colegas "fazem-se" � �gua, num bote semi-r�gido com motor, para patrulhar a albufeira. "não tardei muito a avistar, ao longe, no meio da barragem, algo que me parecia uma b�ia. Aproxim�mo-nos e, a�, � que vimos que eram quatro ca�adores que estavam na �gua, abra�ados. S� se lhes viam as cabe�as", lembra. Um deles, "que estava com muito frio e nem sabia nadar", foi de imediato puxado para o barco da Guarda Florestal, enquanto que os outros foram rebocados para terra agarrados a cabos do semi-r�gido. "Foi uma sorte termo-los visto porque a albufeira � mesmo funda naquele s�tio. O engra�ado � que havia mais ca�adores, em barcos ou em terra, e ningu�m se apercebeu", sublinha. J� em terra, aquecidos por uma fogueira e reconfortados com roupa seca, os "n�ufragos", provenientes da zona de Gr�ndola, contaram a Carlos Cupertino a forma como foram "ca�ados" num dia em que a ca�a deveria ter sido outra. "Estavam os quatro num pequeno barco de fibra, munidos com espingardas, cartuchos, botas de �gua. Quando um bando de patos os sobrevoou, pelos vistos, levantaram-se todos ao mesmo tempo e o barco oscilou e meteu �gua, afundando-se", relata. Um resultado com o qual o agora mestre florestal não se surpreende: "Na minha opini�o, o barco era pequeno para todos eles e não me admira que, ao meter �gua, tenha logo afundado". A experi�ncia "ins�lita", como a classifica Carlos Cupertino, e que se saldou com o "resgate" do barco e do demais equipamento do fundo das �guas, pelos mergulhadores dos bombeiros, foi o lado positivo de um dia que, pelo contrário, foi mais negativo para outro ca�ador. "Ainda tivemos tempo, nessa manh�, para apanhar um ca�ador que tinha morto especies interditas e que foi, recentemente, julgado. J� viu, salv�mos uns e ‘assassin�mos’ outro", argumenta, com um sorriso. Criado no meio do campo e apaixonado pela floresta e pelos animais, depois da inf�ncia passada no per�metro florestal de M�rtola, Carlos Cupertino diz desempenhar a sua profissão "por gosto" mas, mesmo não ligando "ao dinheiro", lamenta que a Guarda Florestal seja "a pol�cia mais mal paga em Portugal". "Temos subs�dio de risco mas, actualmente, recebemos vencimentos inferiores �s outras for�as policiais. Mesmo na União Europeia, a Pol�cia Florestal em Portugal � a que recebe menos", diz, com alguma m�goa, embora volte a sublinhar que a sua motiva��o "não � o ordenado" e que o principal problema � "a falta de meios humanos". Apesar das longas horas passadas no campo, em fiscaliza��o ou sensibiliza��o ambiental, o mestre florestal sabe aproveitar o seu tempo, frequentando, actualmente, o 3� ano de Direito na Universidade Moderna, em Beja. "� importante para a minha forma��o, visto que tenho de estar sempre informado sobre a legisla��o, quer seja da ca�a, pesca, arvoredo ou inc�ndios, que está sempre a ser alterada", relata, acrescentando ainda que, ao mesmo tempo, o regresso aos estudos "� um desafio pessoal". Quanto � distin��o de que vai ser alvo por parte do ministério da Agricultura, encara-a com humildade e naturalidade, recusando que o salvamento dos quatro ca�adores tenha sido "um acto her�ico ou extraordin�rio". "Limitei-me a cumprir as minhas funções, como o fa�o diariamente, tal como os meus outros dois colegas. A �nica coisa de extraordin�rio � que, quando ajudamos alguém, sentimo-nos bem connosco pr�prios. Mas não sou her�i. Sou apenas um homem normal", real�a.
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