Entre poluição por nitratos e contaminação por azoto amoniacal.
13 dos 17 aquíferos do Algarve estão poluídos por nitratos, com oito deles a apresentar valores muito elevados deste composto, e 11 registam poluição por azoto amoniacal, denunciou a associação ambientalista ZERO, que fez uma análise aos dados relativos à presença de azoto amoniacal e de nitratos nas águas subterrâneas, entre os anos 2018 e 2020, disponibilizados pela Agência Portuguesa do Ambiente.
No Baixo Alentejo, há dois aquíferos, dos quatro principais ali existentes, que têm valores de nitratos acima dos valores máximos definidos na lei, um dos quais, o de Gabros de Beja, está “Muito Poluído por Nitratos”.
Numa nota de imprensa divulgada por ocasião do Dia Nacional da Água, a 1 de Outubro, a associação, que faz este levantamento pela segunda vez, salientou que «quatro anos após a primeira análise feita pela ZERO à qualidade das águas subterrâneas, a agricultura e pecuária intensivas continuam a poluir intensamente os aquíferos».
A nível nacional, «verifica-se uma situação preocupante, com registo de poluição em 49 dos 54 sistemas aquíferos com dados disponíveis».
Esta é uma «poluição generalizada, que ameaça a utilização, atual e futura, de um bem que, em virtude dos efeitos das alterações climáticas, é cada vez mais escasso, mas que é essencial para a produção da água que bebemos».
«Cerca de 79% dos aquíferos existentes apresentam pontos de água com concentrações de nitratos e/ou azoto amoniacal acima dos valores máximos definidos na legislação, sendo que muitos desses pontos se destinam à captação de água para consumo humano, o que obriga a que a qualidade da água desses aquíferos cumpra as normas de qualidade» estipuladas por lei, diz a ZERO.
A agricultura e a pecuárias intensivas «são as maiores fontes de poluição das águas subterrâneas».
«A poluição da água subterrânea por nitratos está fortemente relacionada com os métodos de produção agrícola intensivos, como consequência da excessiva utilização de fertilizantes químicos. A poluição por azoto amoniacal está, sobretudo, relacionada com a atividade pecuária, ocorrendo por contaminação dos solos através de estrume e/ou efluentes líquidos sem tratamento», explica a associação ambientalista.
No primeiro caso, a ZERO distingue entre os aquíferos muito poluídos e aqueles que estão “apenas” poluídos. Já no caso do azoto amoniacal, só é referido se foi ou não detetado em concentrações acima do limite permitido.
No Sul do país, o Algarve regista poluição na generalidade dos seus 17 aquíferos, com o dado extra de que não há registos que permitam aferir os níveis de poluição no maior sistema de águas subterrâneas da região, o de Querença-Silves.
Dos 16 aquíferos algarvios em que há pelo menos um ano de registo, só há outro totalmente livre de poluição, o de Malhão, em Tavira, embora, neste caso, só haja dados relativos a 2020.
No campo oposto, há seis reservas de água subterrâneas que, segundo […]
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