Em 2021, Espanha removeu 108 barragens obsoletas e Portugal apenas uma. Está na hora de perceber que o que nos foi vendido há décadas, ou seja que as barragens são necessárias no combate à seca, já não é atualmente validado pela ciência, e que o custo ambiental e económico de uma barragem obsoleta é elevadíssimo, afirma Lorenzo Quaglietta, doutorado em Ecologia e consultor da Associação Natureza Portugal/World Wildlife Fund
Em contraciclo com o objetivo europeu de libertar pelo menos 25 mil km de rios através da remoção de barreiras ou barragens obsoletas, Portugal parece querer remar na direção oposta. Enquanto vários países na Europa demoliram mais de 239 barreiras fluviais em 2021 (só Espanha desmantelou 108), em Portugal foi apenas uma. No total, o nosso país ainda só removeu uma meia dúzia das mais de trinta barreiras identificadas em 2017 como obsoletas e de remoção prioritária.
E não só não removemos barreiras obsoletas, como ainda queremos construir mais barragens de utilidade questionável – a barragem do Pisão – ao contrário do sentido apontado pela Diretiva-Quadro da Água e pelo Pacto Ecológico Europeu, e contrariamente ao disposto nas Recomendações da Comissão para o plano estratégico da PAC de Portugal. E porque navega Portugal na direção […]