A Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local – Minha Terra considera que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “privilegia uma visão muito urbana/litoral do país e não incorpora instrumentos para contrariar o abandono, o esquecimento e a rarefação demográfica e relacional a que muitos territórios rurais se sentem votados”. Para a federação, o PRR deve “ajudar a reverter estas tendências”.
Em comunicado, a Minha Terra defende ainda que a construção o plano deveria ter sido feito com “o envolvimento ativo de diferentes grupos da sociedade, através de um processo alargado, descentralizado, participado e colaborativo, que não se resume à consulta pública formal”.
Para esta federação, o emprego deve estar no topo das prioridades do PRR. A Minha Terra defende que devem ser apoiadas a criação de novas microempresas, assim como PME. Além de ser necessário uma modernização e expansão das existentes, “garantindo postos de trabalho sustentáveis, em particular nas áreas rurais, onde a tendência de despovoamento, iniciada há várias décadas, se mantém”.
Do plano, a Minha Terra afirma que “é de saudar” a aposta no reforço da cobertura de telecomunicações, através da implementação da rede 5G. A federação afirma que “certamente contribuirá para a digitalização das áreas rurais, das comunidades e dos negócios, que deve ser complementada com o aprofundamento da literacia digital”.
A Federação Minha Terra apela para sejam feitos investimentos nas infraestruturas e nos serviços, em especial nas áreas mais despovoadas. Acrescenta ainda que “considera que a estruturação do plano por componentes não evidencia sinergias, que podem ser valorizadas em abordagens territoriais e integradas que combinem a necessária seletividade na atribuição dos apoios, com uma imprescindível dimensão de coesão territorial”.
Pode ler o contributo completo da Federação Minha Terra ao PRR aqui.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.