Foram contratualizadas ontem, 25 de Janeiro, em Idanha-a-Nova, seis candidaturas de projectos I&D + i no âmbito da iniciativa emblemática “Alimentação Sustentável” da Agenda de Inovação Terra Futura. As candidaturas contratualizadas no contexto do Plano de Recuperação e Resiliência envolvem dezenas de entidades e um apoio de cerca de quatro milhões de euros, tendo sido assinadas durante a iniciativa “Governo Mais Próximo” – que abrange, nos dias 25 e 26 de Janeiro, o distrito de Castelo Branco.
Apresentamos em seguida mais detalhes sobre as candidaturas contratualizadas:
• “RedFruit4Health – Dieta mediterrânica: promover a valorização e consumo de frutos vermelhos como promotores da saúde”, apresentada pelo Instituto Politécnico da Guarda. «Ambiciona desenvolver uma bebida funcional à base de frutos vermelhos, bem como vários menus saudáveis com produtos endógenos da região, integrando os mesmos nos sectores da restauração, cantinas escolares e entidades públicas e avaliando os seus efeitos como promotores da saúde».
• “DM4you – “Potencial da Dieta mediterrânica no aumento da qualidade de vida: + saúde + sustentabilidade”, apresentada pelo Instituto Politécnico de Portalegre. «Pretende promover, sensibilizar e identificar a história de um povo através da tradição e dos hábitos culturais; fazer a avaliação bromatológica de cada produto identificado; eleger os produtos mais nutritivos a integrar nas sopas em cada época do ano; garantir a análise sensorial; efectuar o estudo em diferentes grupos etários para determinação do efeito do consumo de sopa e fruta na saúde destes grupos-alvo; e proceder à análise estatística e interpretação dos resultados».
• “Rede Nacional para a Alimentação Equilibrada e Sustentável”, apresentada pelo Food4Sustainability – Associação para a Inovação do Alimento Sustentável. «Visa promover a mudança de comportamentos para uma alimentação saudável e sustentável; estudar e monitorizar os diferentes factores que influenciam e fomentam uma boa adesão à Dieta Mediterrânica; criar uma estrutura de caracterização dos sistemas alimentares territoriais, que apoie à decisão e definição de prioridades de intervenção e inovação no sector agroalimentar; e promover o trabalho em rede e articulação institucional das operações regionais e locais do Plano Nacional para a Alimentação Equilibrada e Sustentável».
• “Cogumelos do ‘Prado ao Prato’: Do tratamento de doenças do metabolismo a dieta saudável sustentável a partir da valorização de recursos agroflorestais”, apresentada pela Universidade de Coimbra. «Procurará valorizar resíduos agrícolas e florestais (RAF), com vista ao cultivo de cogumelos e substratos nacionais; rastrear propriedades nutricionais e metabolitos (em cogumelos e substrato esgotado) e criar os protocolos padronizados do cultivo a partir das formulações de RAF; avaliar os benefícios do consumo de cogumelos na diminuição de risco de obesidade, diabetes, inflamação e melhoria do metabolismo celular, para validar os protocolos padronizados; estimular a produção integrada de cogumelos (e substratos), com medidas de rastreabilidade desde as formulações de RAF; promover o consumo dos cogumelos junto dos actores relevantes e o público em geral; e sensibilizar sobre os benefícios do consumo de cogumelos para uma alimentação equilibrada, saudável e sustentável, a partir do envolvimento dos actores relevantes e o público em geral».
• “Harvest: Valorizar a Horta fAmiliar de forma a educaR para uma dieta mediterrânica, saudáVel E SustenTável”, apresentada pelo MORE – Laboratório Colaborativo Montanhas de Investigação – Associação. «Tem em vista construir uma cadeia alimentar que beneficie os consumidores, os agricultores e o ambiente, com recurso a ferramentas de inovação social que ajudem a revitalizar a horta familiar; fomentar o consumo de alimentos menos calóricos, como parte integrante na pirâmide alimentar da Dieta Mediterrânica, de modo a reverter as consequências do êxodo rural nos hábitos alimentares dos portugueses e a sua integração nos modelos de desenvolvimento rural; e consolidar e aprofundar métodos e práticas agroecológicas inovadoras, de forma a garantir uma alimentação em modo de produção biológica, possibilitando que os consumidores façam escolhas alimentares mais saudáveis e sustentáveis».
• “Certra – Desenvolvimento de Cadeias de Valor de Cereais Tradicionais para uma Alimentação”, apresentada pelo Instituto Politécnico de Bragança. «Tem objetivos definidos em diferentes campos: Dieta Mediterrânica – Levantamento de populações tradicionais de trigo, centeio e milho; conhecimentos, tecnologia e práticas utilizadas na produção de cereais tradicionais; Produtos – Caracterização agronómica, genética e química dos cereais tradicionais, produção de cereais, ensaios de panificação e outros produtos transformados, autenticidade dos produtos; Consumo – Identificação de estratégias de mercado que integrem dinâmicas de produção, transformação, comercialização e consumo de cereais tradicionais e seus transformados num quadro de circuitos curtos, segurança alimentar e promoção da saúde; Comunicação – Organização e trabalho em rede com os agentes da cadeia de valor dos cereais tradicionais, formação em modo de produção biológico, campanhas de comunicação e sensibilização dos consumidores».
A sessão de contratualização contou com a participação do primeiro-ministro, António Costa, e da ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes. «Em sintonia com o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum, a Agenda Terra Futura está a contribuir para a capacitação do sector, para a produção e aplicação de conhecimento e para a democratização do acesso à inovação e à tecnologia. Foi o que hoje comprovámos nesta sessão. Ou seja, esta Agenda procura responder aos desafios que os sistemas agroalimentares enfrentam à escala global e cuja superação nos convoca a todas e a todos. Por isso, estamos a trabalhar para garantir todas as condições favoráveis ao crescimento sustentável do sector. Um sector que garante alimentos e que alimenta o desenvolvimento socioeconómico do país», referiu a ministra da Agricultura e da Alimentação.
«Com uma forte ligação à revitalização dos territórios e à promoção da investigação, a iniciativa “Alimentação Sustentável” pretende incentivar a produção nacional, a adopção de sistemas de produção e distribuição mais sustentáveis, as cadeias curtas de abastecimento, a valorização dos produtos de qualidade, a adesão à dieta mediterrânica e a sensibilização dos consumidores e da população em geral para a adopção de uma alimentação nutricionalmente equilibrada, bem como para o consumo de produtos de época. Além deste aviso, foram já contratualizados outros quatro e, a par destes projectos de investigação, desenvolvimento e inovação, o financiamento PRR contempla ainda a transformação digital da área governativa e a dinamização da rede de inovação, com polos dedicados a diferentes áreas, tantas vezes directamente relacionadas com os territórios em que se inserem», sublinha o Ministério. A sessão foi antecedida por visitas à Quinta da França – parceira no contexto da implementação da Agenda “Terra Futura”, onde está a ser desenvolvido um projecto na área da produção extensiva sustentável, com foco na mitigação e adaptação às alterações climáticas, na agricultura circular e na agricultura 4.0 – e à Adega 23 – «enquanto exemplo de investimento no interior do país e que comprova o papel do sector no desenvolvimento regional e na gestão activa do território», tendo ainda decorrido ao fim da tarde uma sessão de apresentação/esclarecimento sobre o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum.
Artigo publicado originalmente em Revista Frutas, Legumes e Flores.