“Não há rosa sem espinhos, nem mel sem abelhas”
A apicultura, embora definida por alguns como a arte de criar abelhas e de aproveitar os seus produtos, pode ser entendida de forma muito mais ampla: como a atividade que não só produz produtos de alta qualidade, mel, cera, pólen, própolis e geleia real, como também desempenha um papel fundamental na manutenção da biodiversidade vegetal, contribuindo de forma decisiva para elevar a produtividade de um sem número de culturas.
A Ásia é o principal produtor de mel, seguindo-se a Europa e a América do Norte e Central.
Os três primeiros produtores de mel na União Europeia (EU) são a Espanha, a Alemanha e a Roménia. Por sua vez, a Alemanha, a Espanha e o Reino Unido são os três mais importantes consumidores de mel da EU.
De modo geral, a produção e o consumo têm mantido uma tendência positiva na União Europeia.
A Região Autónoma da Madeira acompanha esta tendência, verificando-se um crescimento evidente do setor nos anos recentes.
O mel é constituído, de um modo geral, por açúcares simples, água, minerais, tais como cálcio, cobre, ferro, magnésio, fósforo e potássio, aminoácidos, ácidos orgânicos e vitaminas B, C, D e E. Em função das características e localização das plantas de onde é extraído o néctar e dos tipos das abelhas produtoras, o mel pode apresentar consistências e cores diferentes.
A origem floral do mel está intimamente associada a aspetos como a cor e o sabor, sendo utilizada para a tipificação e valorização do mel:
- Mel monofloral – mel cujo espectro polínico resulta de uma espécie com mais de 45% do pólen (excetuam-se, para esta regra, os méis monoflorais de rosmaninho e de castanheiro, considerados como tal quando as percentagens de pólen dos respetivos tipos polínicos são superiores a 10 e 70 %, respetivamente);
- Mel multifloral – mel obtido a partir do néctar de várias espécies, no qual não se realçam características predominantes de uma determinada planta.
Na RAM, o modelo de colmeia predominante é a reversível, que é composta pelo fundo onde está inserida a rampa para facilitar a entrada e a saída das abelhas; a primeira alça, conhecida por “ninho”, por ser aí que as abelhas fazem a sua criação; a alça onde colocam o mel, o pólen, etc.; a partir da alça, podem ser colocadas outras alças ou meias alças, também para a produção de mel; a prancheta ou tampa; e o teto ou chapéu, normalmente de metal.
O sector apícola, enquanto responsável pela produção de produtos vários de elevada qualidade, assume importância estratégica para o desenvolvimento integrado e sustentado do espaço rural.
Assim, a Secretaria Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, através da Direção Regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural, definiu a Estratégia para o Desenvolvimento da Apicultura na RAM, com o objetivo principal de aumentar a produção melífera, mediante a diversificação e diferenciação dos produtos e pela delimitação e/ou erradicação de doenças que possam afetar o normal desenvolvimento de colónias e a respetiva produtividade.
A ilha da Madeira dispõe de condições que possibilitam não só o incremento da atividade, para que se possa atingir autossuficiência na produção de enxames e rainhas, mas sobretudo a obtenção de produtos de elevada qualidade.
Artigo publicado originalmente em DICAs.