|
|
|
|
|
– 30-07-2009 |
[ �cran anterior ] [ Outras notícias ] [ Arquivo ] [ Imprensa ] |
COMUNICADO Pre�o justo para a produ��o de leite
A situa��o na produ��o de leite � cada vez mais dram�tica. Apesar de todas as manifesta��es públicas j� realizadas, poucos resultados conseguimos. Por isso, desta vez os produtores de leite convidam a comunica��o social para vir ao terreno, conhecer a realidade de uma vacaria. Trata-se da Casa Agr�cola Martins da P�voa, em Vilar do Pinheiro, Vila do Conde, uma sociedade agr�cola fundada em 2003 por dois irm�os, jovens agricultores, que investiram num estábulo novo para produzirem leite de qualidade com boas condi��es para os animais e são agora confrontados com um pre�o abaixo dos custos da produ��o das suas 70 vacas, quase 2000 litros por dia. De facto, diversas empresas de lactic�nios comunicaram novas baixas de pre�o ao produtor, menos 2 a 3 c�ntimos a partir de 1 de Agosto. O Pre�o m�dio ao produtor ficar� entre 24 e 27 c�ntimos, mas h� muitos produtores a receber pre�os inferiores. Estes pre�os não cobrem os custos de produ��o! Produzir um litro de leite custa muito! O custo por litro de leite varia entre explora��es, mas, nas condi��es actuais, podemos apontar 40 c�ntimos, dos quais 35 c�ntimos para as despesas correntes, contando ra��es, palhas, gastos veterin�rios, adubos, gas�leo, sementes, manuten��o dos equipamentos, desinfectantes, m�o-de-obra e 5 c�ntimos para amortizar o investimento. Produzir leite d� muito trabalho! A produ��o de leite depende muito do trabalho familiar não remunerado. Diariamente, os produtores de leite ordenham as vacas, alimentam-nas, fazem limpezas, tratamentos e cuidam dos campos (sementeiras, sachas, regas, colheitas), 7 dias por semana. Poucos são os que podem tirar alguns dias de f�rias. Um estudo recente da União Europeia, relativo ao ano de 2006, refere que as explora��es agr�colas da UE tinham margem bruta positiva mas davam preju�zo ao considerar os encargos atribuídos � terra, ao capital investido e a m�o-de-obra familiar. Por isso, os produtores de leite, por toda a Europa, estáo a exigir um PRE�O JUSTO: �O pre�o que os produtores recebem tem vindo a descer desde 2001. Ao mesmo tempo, os custos de produ��o (ou seja, custos de ra��es, gas�leo, adubos) t�m aumentado dramaticamente. Dezenas de milhares de agricultores deixaram a produ��o leiteira, com terr�veis consequ�ncias para muitas regi�es da Europa. Para contrariar esta tend�ncia, os pre�os pagos ao produtor devem cobrir os custos. Um pre�o do leite justo � bom para todos (produtores e consumidores). Um pre�o justo dos produtos l�cteos permite um futuro seguro para a produ��o leiteira nacional. Torna poss�vel preservar as paisagens rurais, paisagens �nicas para relaxar e desfrutar. D� um futuro �s zonas rurais. Assegura a qualidade da produ��o e a soberania alimentar.� (European Milk Board) Os nossos colegas europeus Também exigem 40 c�ntimos! Para fugir �s suas responsabilidades, o Ministro da Agricultura tem afirmado que outros produtores da Europa recebem pre�os inferiores. Como de costume, esqueceu algumas coisas. Esqueceu dizer que esses produtores recebem mais ajudas da PAC que os portugueses e que apesar disso j� ocorreram violentas manifesta��es, com invasão de supermercados, bloqueio de centrais de distribui��o e f�bricas de lactic�nios, cortem de estradas, etc. Também os hipermercados nos acusam de não sermos �competitivos� com os pre�os l� de fora, mas os colegas Europeus Também estáo a exigir 40 c�ntimos como pre�o justo. não nos serve um acordo qualquer! Ind�stria e Distribui��o parecem continuar de costas voltadas e não comunicaram até agora qualquer acordo que garanta o escoamento da produ��o portuguesa. Contudo, temos de avisar que de pouco serve escoar a produ��o se o pre�o não cobrir os custos de produ��o; A importa��o de leite a pre�os de saldo não pode ser substitu�da pela compra de leite portugu�s ao pre�o da chuva. Os hipermercados entregam o fabrico das �marcas brancas� � ind�stria que garantir o melhor pre�o. Assim, a ind�stria que menos pagar ao produtor � que consegue o neg�cio. Quem �aguenta� � produtor. Isto � um mercado selvagem! O governo tem muitas responsabilidades na situa��o actual: – Nos �ltimos 4 anos, considerou que o sector do leite não precisava de apoio ao investimento e s� agora corrigiu o erro, quando j� ningu�m tem capacidade para investir; – Aceitou o fim das quotas leiteiras e o aumento de 5% da quota europeia, a �aterragem suave�, contra a opini�o expressa de todas as organizações representativas do sector; – Prometeu vezes sem conta �20 milhões de euros� mas ainda não activou nenhuma ajuda depois do �exame de Saúde� da PAC em Novembro passado; – não sentou � mesa representantes dos produtores, ind�stria e distribui��o, ao contrário de outros países, como Fran�a e Espanha, onde j� foram assinados acordos tripartidos; – Continua passivo perante a comissão europeia que insiste no fim das quotas leiteiras, recusa-se a mudar o rumo da pol�tica seguida nos �ltimos anos e prop�em que os governos resolvam o problema com ajudas nacionais. – Demorou 4 anos a legislar sobre o licenciamento das explora��es, um processo que s� vai complicar e aumentar os custos de produ��o. Por isso, atendendo �s suas responsabilidades acrescidas, exigimos ao governo: – Aten��o ao mercado, ao respeito pelas regras da concorr�ncia, � qualidade do leite importado; – Que trabalhe por um acordo entre produtores, ind�stria e distribui��o que garanta um pre�o justo para fazer face aos custos de produ��o; – Ajudas directas urgentes aos produtores, ao mesmo nível. das ajudas nacionais e regionais concedidas em Espanha e noutros países da Europa. – Que o adiantamento do RPU, previsto para Outubro, seja Também pago aos milhares de agricultores que sejam sorteados para �controlo�. A produ��o de leite � um trabalho di�rio e a luta pela sobreviv�ncia do sector Também não vai parar neste Ver�o. O leite está a ferver e este Ver�o vai aquecer. Os �nimos estáo exaltados e � cada vez mais dif�cil conter a nossa indigna��o. Os produtores de leite
|
|
|
Produzido por Camares � – � 1999-2007. Todos os direitos reservados. Optimizado para o IE 5.#, resolu��o 800 x 600 e 16 bits |